ATA DA DÉCIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 24-02-2010.
Aos vinte e quatro dias do mês de fevereiro do ano
de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Ana Terra do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, DJ
Cassiá, Dr. Raul, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, Luciano
Marcantônio, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Paulinho Ruben
Berta, Toni Proença e Valter Nagelstein. Constatada a existência de quórum, o
senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José
Oliboni, Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro
Comassetto, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, João Pancinha, Luiz Braz,
Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Nilo Santos, Pedro Ruas, Reginaldo
Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À
MESA, foram encaminhados: pelo vereador Carlos Todeschini, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 206/09 (Processo nº 4269/09); e pelo vereador Mauro Pinheiro, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 241/09 (Processo nº 5403/09). Também, foi
apregoado o Ofício nº 113/10, do senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando
o Projeto de Lei do Executivo nº 001/10 (Processo nº 0672/10). Do EXPEDIENTE,
constaram: Ofícios nos 263/09, da senhora Yeda Rorato Crusius, Governadora
do Estado do Rio Grande do Sul; 1638/09, do senhor Sylvio Carneiro de Farias,
Coordenador Técnico do Programa Monumenta do Ministério da Cultura; e 2620/09,
do senhor Roberto Maciel Zeni, Gerente de Desenvolvimento Urbano da Caixa
Econômica Federal. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da
Primeira, Segunda, Terceira, Quarta e Quinta Sessões Ordinárias. A seguir,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em
continuidade, foram apregoadas as seguintes Emendas ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 002/08 (Processo nº 1854/08): nº 01, de autoria
do vereador Engenheiro Comassetto, Líder da Bancada do PT; nº 02, de autoria do
vereador Toni Proença, Vice-Líder da Bancada do PPS; e nº 03, de autoria do
vereador DJ Cassiá e do vereador Ervino Besson, Vice-Líder da Bancada do PDT.
Também, foram aprovados Requerimentos de autoria dos vereadores Engenheiro
Comassetto, Paulinho Ruben Berta e DJ Cassiá, solicitando, respectivamente, que
as Emendas nos 01, 02 e 03 apostas ao Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 002/08 fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões
Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 002/08, após ser discutido pelos vereadores João
Antonio Dib, Adeli Sell, Toni Proença, Engenheiro Comassetto, Reginaldo Pujol,
Ervino Besson, Alceu Brasinha, Carlos Todeschini, Mauro Pinheiro, Bernardino
Vendruscolo, Airto Ferronato, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio e Nilo
Santos. Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
002/08, os vereadores Paulinho Ruben Berta e DJ Cassiá cederam seus tempos de
discussão, respectivamente, aos vereadores Toni Proença e Alceu Brasinha. Foram
aprovadas as Emendas nos 03, 02 e 01 apostas ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 002/08. Foi aprovado o Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 002/08, por vinte e seis votos SIM e dois votos NÃO, em
votação nominal solicitada pelo vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os
vereadores Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ
Cassiá, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, Haroldo de
Souza, João Carlos Nedel, João Pancinha, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Marcello
Chiodo, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulinho Ruben
Berta, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni
Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal e Não os vereadores Alceu Brasinha e
João Antonio Dib. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei
do Legislativo nº 050/09 (Processo nº 1439/09), após ser discutido pelos vereadores
Mauro Zacher, Sofia Cavedon, Aldacir José Oliboni, Luiz Braz, Dr. Thiago Duarte
e Fernanda Melchionna e encaminhado à votação pelo vereador Ervino Besson e
pela vereadora Maria Celeste. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo
nº 050/09, o vereador Pedro Ruas cedeu seu tempo de discussão ao vereador Mauro
Zacher. Na oportunidade, os vereadores Toni Proença e Reginaldo Pujol
manifestaram-se acerca da apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 050/09
por este Legislativo. Foram votadas conjuntamente e aprovadas as Emendas nos
01, 02, 03 e 04 apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 050/09. Foi
aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 050/09. Após, foram aprovados
Requerimentos de autoria dos vereadores Waldir Canal e João Antonio Dib,
solicitando a retirada de tramitação, respectivamente, do Substitutivo nº 01
aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 056/09 e do Projeto de Emenda à Lei
Orgânica nº 008/05 (Processos nos 1553/09 e 2287/05, respectivamente).
Também, foi apregoado o Memorando nº 010/10, de autoria do vereador Beto
Moesch, deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo, no dia de amanhã, na expedição de
reconhecimento do rio Pelotas e dos Campos de Cima da Serra, promovida pela ONG
Mira-Serra, no Município de São José dos Ausentes – RS. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 019/08
(Processo nº 5287/08). Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 008/09 (Processo nº 0614/09), o qual, após ser
encaminhado à votação pelos vereadores Valter Nagelstein, Alceu Brasinha, Mauro
Pinheiro e Dr. Raul, teve sua votação adiada por duas Sessões, a Requerimento,
aprovado, de autoria do vereador Valter Nagelstein. Na ocasião, os vereadores
Valter Nagelstein, Reginaldo Pujol e Alceu Brasinha manifestaram-se acerca do
adiamento da votação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 008/09.
Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Adeli Sell,
solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 186/04
(Processo nº 4201/04). A seguir, o senhor Presidente declarou encerrada a Ordem
do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de
Lei do Legislativo nº 246/09 e o Projeto de Resolução nº 003/10; em 2ª Sessão,
os Projetos de Lei do Legislativo nos 237, 242, 249, 261/09 e
002/10. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Haroldo de
Souza, Beto Moesch, Engenheiro Comassetto, Reginaldo Pujol, Luciano Marcantônio
e Alceu Brasinha. Durante a Sessão, o senhor Presidente registrou a presença,
neste Plenário, do senhor Maurício Nunes Santos, Presidente da Sociedade
Beneficente Cultural e Recreativa Imperatriz Dona Leopoldina, campeã do Grupo
Especial do Carnaval 2010 de Porto Alegre. Às dezessete horas e quarenta e cinco
minutos, constatada a inexistência de quórum, o senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão
Ordinária do dia de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos
pelos vereadores Nelcir Tessaro e Mario Manfro e secretariados pelo vereador
Bernardino Vendruscolo. Do que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada
por mim e pelo senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE
(Nelcir Tessaro): Havendo quórum, passamos à
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1854/08 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 002/08, de autoria do
Ver. José Ismael Heinen, que inclui parágrafo único no art. 2º da Lei
Complementar nº 332, de 22 de dezembro de 1994, que determina a obrigatoriedade
da colocação da numeração predial em local visível, alterada pela Lei
Complementar nº 492, de 8 de agosto de 2003, obrigando a colocação da numeração
predial nos painéis comerciais colocados à frente de estabelecimentos.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver.
Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação
do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver.
João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Engenheiro Comassetto: pela rejeição do Projeto.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLCL nº 002/08, de autoria do Ver. José
Ismael Heinen. (Pausa.)
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLCL nº 002/08.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, o
problema do nosso País, o problema dos nossos Estados, o problema das nossas
cidades não é absolutamente a falta de leis; o problema é a falta do
cumprimento das leis.
Hoje mesmo, na reunião de Mesa e Lideranças, eu
dizia que, desde 1951, a Prefeitura está obrigada, por Lei - Lei equivalente ao
Código de Posturas - a fazer com que as nossas ruas recebam denominação, e
dizendo como isso deve ser feito. Depois, em 1974, o Código de Posturas, se não
me engano no art. 17, repete a mesma coisa; não com tantos detalhes.
Nós temos leis determinando que os números nos
prédios sejam visíveis. Então, é mais uma lei, e isso não vai resolver nada.
Portanto, ainda que a intenção seja boa, não vai
resolver. Basta que nós façamos com que seja cumprida a Lei existente, e, se
não me engano, de autoria do então Ver. Artur Zanella.
Essa história de leis é como dizia o Governador da
Província de São Pedro do Rio Grande, em 1830: “Chega de leis, as existentes
são suficientes, basta que sejam cumpridas”. Então, acho que chegou a hora de
dizer: chega de leis sobre denominação de logradouros, sobre identificação de
logradouros, sobre visibilidade dos números dos prédios! Eu vou votar contra.
Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
o PLCL nº 002/08.
O SR. ADELI
SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, o
Ver. José Ismael Heinen propõe que nós determinemos a obrigatoriedade de
colocação de numeração predial em local visível - importante -, e também a
obrigatoriedade da colocação de numeração predial nos painéis comerciais.
Eu estava conversando com o Ver. Mauro Pinheiro,
porque queremos fazer uma emenda para que isso seja feito nos novos painéis;
caso contrário, teríamos uma grande dificuldade de as pessoas terem de gastar
para colocar painéis novos com a numeração.
Então, que os novos painéis tenham essa numeração.
Também temos de ter o cuidado de que uma lei, como diz muito bem o Ver. Dib,
seja exequível, passível de ser aplicada. Caso contrário, teremos grandes e
grandes preocupações.
Hoje, nós temos um grande problema em Porto Alegre
que é a dificuldade de se encontrar uma rua. Muitas vezes, onde havia uma placa
numa esquina, hoje não existe mais, porque ela foi dilapidada, destroçada pelo
vandalismo; vandalizada. Eu comecei a observar que, na maioria das cidades, nos
prédios de esquina, nos dois lados há o nome da rua; tem o nome da rua no
prédio, porque é mais fácil, é mais tranquilo de a pessoa localizar. Vi isso
inclusive em São Paulo, mas conheço outras cidades que fazem a mesma coisa. Às
vezes, o nome é longo, como Bernardino Silveira Amorim - é um nome comprido -,
aí se coloca Bernardino, em letras maiores, e Silveira Amorim, em letras
menores, para a pessoa poder visualizar melhor.
Eu creio que nós temos de fazer com que o
Executivo, a partir da aprovação desta Lei, pudesse fazer, se assim achar
conveniente - eu acho conveniente -, uma compilação das várias leis existentes
sobre o tema, criando um grupo de trabalho, mas não para enrolar; para fazer
mesmo. Nós temos ruas, várias ruas, Verª Cavedon, sem saber que ruas são; mesmo
em locais centrais da Cidade faltam placas.
O Ver. Dib propôs o ano de 2008 - se estou bem
lembrado -, ou o ano de 2009, como o ano de batalha para a colocação de placas
nas ruas. E nada, absolutamente nada foi feito. Assim como a sinalização de
ruas, aquela parte que cabe à EPTC também é um horror, com raras exceções.
Então, estou aqui para propor que nós possamos
aprovar esta Lei...
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Por gentileza, Senhoras Vereadoras e Senhores
Vereadores, solicito silêncio no Plenário. Está mantido o seu tempo, Ver.
Adeli. Por gentileza, tem um orador na tribuna; o plenário é pequeno e faz eco.
Pode prosseguir Vereador.
O SR. ADELI
SELL: Vou propor, então, esta Emenda, que a Liderança do Partido dos Trabalhadores
está, neste momento, por meio do Ver. Engenheiro Comassetto, articulando, para
que a gente possa votar e que seja dada essa garantia. Porque uma legislação
não pode causar problemas para as coisas já preexistentes. Então, eu creio que
dessa maneira nós estaremos ajudando a melhorar o Projeto de Lei do ex-Vereador
Ismael. São estas as considerações iniciais.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni Proença está com a palavra para
discutir o PLCL nº 002/08.
O SR. TONI
PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, estamos discutindo o PLCL nº 002/08 que inclui parágrafo único
no artigo 2º da Lei Complementar nº 332, de 22 de dezembro de 1994. Esse
parágrafo único obriga o comerciante a afixar o número do prédio na placa de
promoção e publicidade do seu comércio. Acho que aqui nós vamos duplicar a
legislação; talvez até tenhamos o problema de confundir as pessoas, porque no
prédio temos um número, e o mesmo número na placa de publicidade. Não acho que
seja um projeto nocivo, mas acho que teria que ter uma regulamentação muito bem
feita para não confundir as pessoas. Porto Alegre é uma cidade que carece de
sinalização, nós temos problemas de sinalização dos nomes dos logradouros, temos
problemas da própria sinalização da numeração das casas - muitas vezes, mesmo
estando na frente do prédio, temos de fazer uma pesquisa para saber o número do
prédio; às vezes há dois números no mesmo prédio, em função de uma numeração do
DMAE e outra da CEEE, principalmente na periferia. Então, eu acho que nós temos
que ter muito cuidado ao aprovarmos esta Lei e exigindo que ela seja
regulamentada. Eu venho à tribuna muito mais para que a gente, que esta Câmara
comece a exigir do Executivo que a Cidade seja adequadamente sinalizada. Não
podemos, no ano 2010, ter problemas em identificar o número dos prédios, ter
problemas em identificar o nome das ruas, ter problemas em identificar o bairro
onde estamos, ter problemas em identificar a rota que devemos seguir. Nós, que
somos moradores de Porto Alegre, notadamente nós que somos Vereadores, que
andamos muito mais pela Cidade, Ver. Oliboni...
O Sr. Aldacir
José Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre colega, Ver.
Toni Proença, eu estava ouvindo atentamente as suas colocações e lembrava de
uma das intervenções do Ver. Ismael, que hoje não está aqui presente conosco,
que dizia que ao procurar um determinado número, numa determinada rua da
Cidade, às vezes, à noite, não era visível o número, e isso dificultava ao
cidadão de procurar determinada residência e facilitava aos assaltantes de
chegarem e fazerem a abordagem. Então, o Vereador dizia o seguinte: além de
estar visível, próximo da rua, o número deve estar iluminado. Então, em toda a nossa
Cidade, se nós nos detivermos, vamos perceber que há uma enorme dificuldade de
visualizar, muitas vezes, o número do prédio, o número da casa. Então, o que
ele está propondo é exatamente isso: uma melhor visibilidade do número da
residência ou do prédio em Porto Alegre.
O SR. TONI
PROENÇA: Obrigado pelo aparte, Ver. Oliboni. Eu concordo com isto e disse que não
vejo problema em se tenha uma duplicidade na numeração, mas precisamos exigir
do Poder Executivo uma fiscalização mais apurada, e, principalmente, a
colocação de toda a sinalização na Cidade, tanto nos prédios quanto nas ruas e
logradouros desta Cidade; também das placas de sinalização de trânsito, das
placas de localização dos bairros. Porto Alegre está muito mal sinalizada; e
não é de hoje, não é deste Governo o problema, tampouco do Governo passado,
isso já vem de muito tempo, e a cada dia que passa aumenta o número de ruas de
Porto Alegre, e, portanto, aumenta o problema; aumenta o número de prédios e
também aumenta o problema. Acho que nós deveríamos nos debruçar sobre o assunto
para adequar e atualizar a legislação referente à sinalização de prédios e ruas
da Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para discutir o PLCL nº 002/08.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas
Vereadores e Vereadoras, ouvindo atentamente os Vereadores que me precederam na
análise deste tema, eu quero aqui trazer e levantar alguns questionamentos,
principalmente ao colega Ver. Reginaldo Pujol, que representa politicamente a
continuidade da Bancada do Ver. Heinen que apresentou o Projeto.
Eu fui Relator, lá na CUTHAB, deste Projeto, e dei
um Parecer contrário, Ver. Pujol, porque ficou uma dúvida estabelecida, não só
para mim, mas para a CUTHAB, quando nós discutimos, e esse Parecer foi
aprovado, mesmo com essa rejeição, porque o Ver. Ismael propõe que o número
seja explicitado nos painéis eletrônicos. Bem, qual é a dúvida que nós levantamos
lá, e que foi a razão aqui do meu voto que nós podemos aqui consertar, se assim
tiver o entendimento. Muitas vezes, há um painel eletrônico que está na fachada
de um prédio, e esse prédio tem duas entradas, e nessas duas entradas, uma tem
um número e a outra tem outro número, mas o painel é unitário, e aí leva qual
dos números? Ou quais dos números? Ou ainda: um único número?
Portanto, é uma dúvida que foi levantada sob o
ponto de vista da estética urbanística, e, foi por esta razão que nós
resolvemos trazer, e eu quero transmitir a todos os colegas essa dúvida que foi
levantada lá na CUTHAB. Se nós encontrarmos um entendimento e uma consertação,
bom, está superada a minha dúvida e, obviamente, o Parecer pela rejeição que
fizemos lá naquele momento.
Então, esta é uma das razões. Eu quero agradecer ao
Ver. Pujol, que aceitou fazer a troca para que eu pudesse externar aqui esta
opinião que foi discutida na CUTHAB. Esta não é uma opinião sob o ponto de
vista político, de um entendimento político de ser contrário, mas de uma dúvida
sobre a lógica da eficiência e da eficácia urbanística. Agradeço, muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Pujol está com a palavra para discutir o
PLCL nº 002/08.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, pela manhã, na reunião das Lideranças, abordou-se este
Projeto, e havia, naquele momento, Ver. Comassetto, uma ideia de que existia
uma certa tranquilidade, especialmente pelo reconhecimento da necessidade de
identificação dos números dos prédios da Cidade, especialmente dos prédios
comerciais; porque, para uma pessoa que venha a Porto Alegre, ou que mora num
bairro de Porto Alegre e saia à procura de um endereço num bairro diferente,
Ver. Pedro Ruas, há a dificuldade de, em determinadas ruas da Cidade onde
predomina a atividade comercial - e não são poucas as ruas - não encontrar, uma
vez sequer, a numeração daquele estabelecimento, o que dificulta a localização
da área procurada.
Então, levado sob esse aspecto, na reunião de hoje,
pela manhã, havia um consenso nesse sentido. O Ver. Comassetto nos traz, agora,
outro tipo de preocupação, que não é a regra, é a exceção, pois normalmente os
estabelecimentos comerciais identificam um único endereço, não mais de um
endereço. Quer me parecer, Ver. Comassetto, que o número a ser identificado na
placa comercial é o número da porta principal do estabelecimento, e não o da
porta secundária - quer me parecer. Eu, realmente, fui surpreendido agora com
essa colocação de V. Exª, estou lhe dando uma resposta que me parece a mais
lógica nesta hora. Quando tu identificas um prédio, tu identificas a porta
principal, e não a porta secundária.
No edifício onde eu moro, ou em que V. Exª mora, se
é que mora em edifício, identifica-se a entrada principal, não a entrada da
garagem, não a entrada de serviço. Concorda, Ver. Pedro Ruas? Então, eu acho
que nesse particular, de certa forma, está respondido na regra do bom-senso.
O Ver. Mauro, a quem eu prezo muito, colocava a
seguinte situação: “Mas isso vai vigorar para todos os painéis; vão ter que
desfazer os painéis hoje existentes para colocar esse número?” Não! O bom-senso
indica o seguinte: a lei não pode querer alterar as coisas que já aconteceram
anteriormente na Cidade! Mas, certamente, quando for renovado esse painel,
quando for requerida a renovação desse painel, aí terá que ser satisfeito esse
requisito de que ali seja colocado o número.
O que me parece, Ver. Comassetto, é que é
indiscutível o mérito no que diz respeito à necessidade de identificação
numérica desses prédios que dão suporte a uma realização de uma atividade
comercial. Hoje, além das deficiências muito bem reclamadas pelo Ver. Toni de
que a Cidade de Porto Alegre é paupérrima em termos de identificação, e o Ver.
Dib cansou de colocar Emendas no Orçamento, colocando recursos à disposição da
Prefeitura para identificar as ruas da Cidade.
Hoje, uma pessoa que chega pela primeira vez em
Porto Alegre, determinada rua ela jamais vai encontrar. Existem, inclusive, algumas
ruas que são segmentadas. O crescimento da Cidade fez com que as ruas tivessem
duas partes distintas. Na Rua Coronel Genuíno, nº 433, onde eu moro, se eu der
esse endereço para uma pessoa pouco avisada, ela jamais vai chegar na minha
casa, porque a posição da rua onde eu moro todo mundo pensa que é a Av. Borges
de Medeiros, enquanto ali ainda é a extensão da Rua Coronel Genuíno.
Então, a identificação numérica dos imóveis
ocupados por atividade comercial é absolutamente necessária. É bom que
aconteça. Não será do dia para a noite que isso irá ocorrer. Tem razão o Ver.
Mauro Zacher quando diz que não se aplica para o painel já existente, mas para
os novos painéis que surgirão, e esses são renovados de tempo em tempo. Ver.
João Carlos Nedel, o seu parecer foi brilhante nesse processo, e esses
certamente haverão de ter a numeração dentro dos padrões exigidos pelo caput da
lei, ao qual se acrescenta um parágrafo e com isso haverá uma contribuição
facilitadora da localização dos imóveis no Município de Porto Alegre.
Por isso, eu acredito que a grande dúvida do Ver.
Comassetto nós estamos respondendo, Ver. João Dib, porque em qualquer hipótese
o número que se identifica no imóvel é da sua entrada principal, e nunca da sua
entrada secundária. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoo Emenda nº 01 ao PLCL nº 002/08, de
Liderança (Lê.): “Altera a redação do art. 2º, que passa a constar como segue:
Art. 2º - As disposições previstas no parágrafo único deverá ser implementado
no prazo de até doze meses na publicação desta Lei”.
O Ver. Ervino Besson está com a palavra para
discutir o PLCL nº 002/08.
O SR. ERVINO
BESSON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, pelo
Canal 16, quero saudar todos, e também fazer uma saudação muito especial ao
Ver. José Ismael Heinen e dizer que votarei favoravelmente ao Projeto do Ver.
José Ismael. Quero também cumprimentar o Pitol, da EPTC, que acompanha esta Sessão;
seja bem-vindo! O Ver. Toni Proença, futuro Diretor da EPTC, estava dizendo
aqui que competência não lhe falta, meu caro Pitol.
Quero também cumprimentar um cidadão que assiste,
na medida do possível, a TVCâmara, aos pronunciamentos dos Vereadores, e quando
é necessário, ele crítica alguns Vereadores por seus procedimentos, e pela
crítica muitas vezes a gente também aprende; esse cidadão é o Major Sangbusch.
Major, o nosso abraço; continue sempre nos assistindo e criticando sempre que
V. Sª achar por bem, pois, como já disse, para nós é um aprendizado.
O Projeto do Ver. José Ismael Heinen é um Projeto
importante, e sabemos que em muitas das residências de Porto Alegre é uma
dificuldade nós encontrarmos a numeração. É um Projeto simples, mas de grande
importância para a população e para as pessoas que procuram o número das
residências de Porto Alegre, já que não conseguem visualizar o número, meu caro
Ver. Bernardino Vendruscolo. O número da residência tem que estar num local
onde a pessoa possa ter uma visão ampla para que não aconteça que, quando a
pessoa procura o endereço, não acha a numeração da casa. E tem acontecido
assaltos, enquanto as pessoas procuram...
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Ver. Ervino Besson, seu tempo está assegurado. Vou
solicitar aos colegas Vereadores um pouco de silêncio, porque este plenário é
pequeno, ele dá eco, portanto, fica difícil para quem está tribuna.
O SR. ERVINO
BESSON: Essas atitudes de alguns Vereadores - não quero ser corregedor - fazer
com que as pessoas que nos assistem nos critiquem. Eu acho que quando um
Vereador está tribuna - eu pelo menos - os demais devem prestar atenção no que
ele fala. As pessoas que nos assistem pela TVCâmara, como é o caso do Major
Sangbusch, têm criticado muito esse tipo de atitude dos Vereadores. Vejam que
eu falei agora, e casualmente isto está acontecendo. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
Voltando ao Projeto, quero dizer que é um Projeto
importante. Agora, sobre as placas de publicidade, eu assinei uma Emenda da
Bancada do PT, dando o prazo de um ano para que as
pessoas se adequem e coloquem a numeração. Isso é importante. Eu acho que nós
temos que ter uma visão ampla, uma facilidade para as pessoas que procuram os
endereços para alguma entrega. Os motobóis, que precisam entregar medicamentos,
pizza e outras coisas, têm muita dificuldade em visualizar o número,
principalmente à noite. Em muitas residências de Porto Alegre isso acontece.
Portanto, meu caro
Ver. José Ismael Heinen, votarei favoravelmente a esse Projeto, porque é um
Projeto importante, que vai ao encontro daquilo que a população quer e pensa
para a nossa Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, que solicita dispensa de
envio às Comissões da Emenda nº 01 ao PLCL nº 002/08. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Alceu Brasinha
está com a palavra para discutir o PLCL nº 002/08.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver.
Nelcir Tessaro; meu querido Ver. Bernardino, secretariando o nosso Presidente;
Ver. Dr. Raul; meu querido amigo Pujol, que tanto admiramos, que é nosso
professor absoluto, eu quero discordar um pouquinho do Projeto do Ver. Ismael
Heinen, porque eu acho que colocar número num painel luminoso não é dever do
comerciante, do empreendedor, do empresário. Eu acho que isso é dever do Poder
Público.
Verª Sofia, V. Exª
tem um painel na sua casa? (Pausa.) É exatamente isso que eu estou discutindo.
E quem não tem um painel? Nós vamos botar um painel na frente da sua casa?
(Pausa.) Eu quero discordar, Vereadora. Eu tenho plena certeza - eu já olhei e
já discuti o Projeto anteriormente -, eu não concordo em botar o número no
painel. Se fosse na minha loja ou na loja do Ver. Mauro Pinheiro, tenho certeza
absoluta de que o senhor não faria. Eu acho que isso é dever do Poder Público:
indicar ruas. Tem que colocar nas esquinas os nomes de ruas em tamanho bem grande para facilitar. E mais
ainda: nem na entrada da Cidade nós temos uma informação. Ver. Nedel, o senhor
que tanto trabalha nesse sentido pode me dizer onde é que tem uma informação na
entrada de Porto Alegre? Onde? Não tem! Nós perdermos para qualquer cidade do
Interior, Ver. Mauro Pinheiro; para qualquer cidade!
Eu venho aqui com
certeza absoluta, porque eu acho que primeiro nós deveríamos discutir a entrada
da Cidade, que não tem informação nenhuma, Ver. Ervino Besson. E eu tenho muito
respeito pelo nosso Prefeito, que já trabalha 999 dias como Prefeito.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, veja o que diz o Parecer da
Procuradoria da Casa: (Lê.) “O conteúdo normativo da mesma extrapola do âmbito
do legítimo e estrito exercício de poder de polícia, consubstanciando
interferência no livre exercício da atividade econômica e malferimento aos
princípios constitucionais que a resguardam”. Portanto, é inconstitucional; não
tem por que estar discutindo. V. Exª está com a razão.
O SR. ALCEU BRASINHA: Ver. João Dib, V. Exª
que foi um dos prefeitos mais privilegiados desta Cidade, estou com Vossa
Excelência. E, mais ainda, quero dizer que discordo do Ver. Ismael Heinen, mas
não quero dizer que sou contra. Eu sou favorável, desde que mostre a sua boa
vontade.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Meu querido Ver. Brasinha, o Projeto tem dois
pontos: o primeiro, das residências; e o segundo, dos painéis. Há uma dúvida
dos painéis, mas parece que tem uma Emenda determinando um ano para que as
pessoas coloquem a numeração nos painéis. Ver. Brasinha, V. Exª é uma pessoa
que ama esta Cidade. A dúvida de V. Exª é sobre os painéis, quanto à
regulamentação dá para se mexer nesse Projeto. Agora, V. Exª sabe, quando foi
aprovado o Projeto deste Vereador dando o nome do consumidor da água, que criou
uma facilidade, criou cidadania para o munícipe de Porto Alegre, com o voto
muito honrado de V. Exª Assim como V. Exª e alguns Vereadores, eu também tenho
um pouco esta dúvida dos painéis, mas com a regulamentação nós podemos
facilitar o Projeto do Ver. José Ismael Heinen. Muito obrigado, Ver. Brasinha.
O SR. ALCEU BRASINHA: Volto a dizer que
realmente estou em dúvida com os painéis, porque painéis para mim é um direito
particular, privado, e nós que estamos aqui prontos e preparados para votar, eu
serei favorável se mudar o Projeto no sentido de que não seja obrigatória a
colocação nos painéis.
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Quero, mais uma vez, congratular-me com V.
Exª, que é um homem de posição, nunca esconde suas posições, coloca-as da
tribuna; hoje elas não coincidem com as minhas, mas são suas posições e eu as
respeito. Só quero esclarecer o seguinte, Vereador: exigir que o município coloque
o nome nos painéis, aí sim, é se intrometer na sua atividade comercial. O que o
Município pode lhe dizer é que nos seus painéis comerciais tem que ter o número
de identificação da residência, mas nunca ir lá e escrever, porque nesse caso
estaria invadindo a sua privacidade e infringindo contra sua propriedade
privada. Só isso, Vereador.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver.
Reginaldo Pujol. Para concluir, quero ficar com o aparte do Ver. João Dib, que
é uma pessoa que conhece a Cidade muito bem. Vou ficar com seu pensamento, Ver.
Dib. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir o PLCL nº 002/08.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, nosso boa-tarde, eu acho que o Projeto tem mérito em propor
uma discussão, que é a questão da identificação dos números e endereços dos
prédios. Não sei e não tenho ainda uma opinião conclusiva sobre o Projeto em
si, e parece-me que ele precisa ser bastante melhorado. É uma situação
generalizada, fora do centro da Cidade, a inexistência da sinalização adequada
de ruas e a má sinalização da numeração das edificações em geral. Inclusive, em
alguns casos, temos até três números: DMAE, Fazenda - que é o cadastro geral da
Cidade - e DEMHAB; e em alguns parece que há até quatro números, gerando uma
confusão extraordinária.
(Aparte
antirregimental do Ver. Brasinha.)
O SR. CARLOS TODESCHINI: Explico, Ver.
Brasinha: o DMAE, o DEMHAB, a CEEE e a Fazenda; são quatro. Temos vários
lugares que têm quatro números, com ordens próprias totalmente desencontradas.
Este assunto não é pouco importante e é da alçada e de competência em especial
da Câmara de Vereadores, porque deveríamos trabalhar para ter um único número,
uma única lógica que facilitasse a identificação dos endereços, assim como
deveríamos ter uma identificação clara do nome de ruas, porque isso também é
uma questão de segurança. É muito difícil, na periferia, saber o nome das ruas.
E mais do que isso, Ver. Ervino, a identificação da numeração nos prédios
muitas vezes não é encontrada, correndo o risco, as pessoas, de serem
assaltadas e sofrerem violência, porque, à noite, em especial, não conseguem
encontrar a numeração.
Eu identifico que a
ideia suscitada pelo Ver. Ismael tem mérito, e nós deveríamos olhar o conjunto desta
matéria, passando a limpo todos esses aspectos, garantindo a identificação dos
logradouros mais afastados do centro da Cidade, os logradouros periféricos que
carecem de identificação, ordenar uma numeração única na Cidade, porque na
Cidade mais antiga, na Cidade formal nós temos um número, mas nas vilas,
geralmente, há quatro números, Ver. Ferronato: CEEE, DMAE, DEMHAB e a própria
numeração que segue um critério da Secretaria da Fazenda do Município. Essa não
é uma questão pouco importante, porque diz respeito à identificação, à
localização e ao trabalho com os endereços.
Fui procurado, em uma determinada época, em meu
gabinete, porque nós - e eu me incluo nisso, porque falhei, mas todos nós, em
conjunto - trocamos o nome de uma rua sem preencher os requisitos da Lei, e a
comunidade depois não conseguia se identificar com o novo nome de rua, porque o
nome antigo tinha 50 anos, e aí o SAMU foi chamado e não estava no cadastro do
SAMU o novo nome e não conseguiu chegar a tempo e uma pessoa veio a falecer. E
a farmácia, as telentregas, esses serviços todos que são ligados à questão do
endereço ficaram prejudicados. Então, como eu já disse, para trocar nome de
rua, eu, pelo menos, vou pensar mais de uma vez antes de votar qualquer projeto
nessa direção.
O Sr. Airto
Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu
agradeço pelo aparte. Eu acredito, e tenho acompanhado isso que é verdade; que
nós temos residências com duas, três, quatro numerações, como a da CEEE, do
DMAE; é verdade. Eu aqui entendo que esses órgãos, como a CEEE, o DMAE, não
deveriam manter esses números, eles devem se ater ao número oficial que aquele
prédio tem, que aquela residência tem na vila “b” ou “c”, ou seja, que se
centralize isso, por exemplo, na Fazenda e que todos os demais órgãos públicos
adotassem esse número, porque, efetivamente, causa muitos problemas para o
cidadão daquela residência.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Obrigado pelo aparte. Concluindo, Sr. Presidente, quero dizer que isso
é verdadeiro, Ver. Ferronato, mas é justamente pela ausência do primeiro
número, que deveria ser o número do cadastro da Fazenda é que cada órgão - e
são numerações oficiais - estabelece o seu critério na vila. Está errado, e eu
concordo com isso. Por isso que é o papel desta Câmara acertar essa matéria.
Muito obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para
discutir o PLCL nº 002/08.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; demais Vereadores e demais Vereadoras,
na verdade há um grande desentendido, Ver. Brasinha. O Projeto do Ver. Ismael é
um Projeto simples que procura ajudar a identificar os comércios, as lojas, e
as pessoas estão confundindo, Ver. Toni Proença, com os problemas já existentes
que esta Câmara e a Prefeitura têm que decidir, mas que não tem nada a ver com
o Projeto do Ver. Ismael. Nós temos que buscar alternativas para esses outros
problemas. O que está em questão não é nome de ruas, logradouros, é a
dificuldade, muitas vezes, de se encontrar um determinado comércio, uma loja,
porque se coloca um painel à frente desses comércios e o número da loja fica
atrás do painel, criando, então, uma dificuldade, Ver. João Antonio Dib, para
se ler o número, porque fica atrás do painel, que, muitas vezes, tem destaque
maior nessas lojas. Então, a intenção do Ver. Ismael, no meu ponto de vista, é
de que se coloque um maior destaque nesse número para facilitar a vida das
pessoas para encontrar a loja, aquele determinado comércio, e nisso, Ver.
Brasinha, eu não vejo grandes dificuldades. A nossa Emenda que colocamos,
através da Liderança, com a assinatura de vários Vereadores, é para que se dê
um prazo para que esses comerciantes coloquem esse número para não se criar um
custo imediato. Então, a Emenda é para que eles tenham um prazo de 12 meses
para colocar esse número, Vereador.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro,
eu até acho que tem justificativa a Emenda de V. Exª, mas veja, o cidadão que
tem uma pequena empresa, na realidade ele não tem um grande painel. Eu acho que
isso é dever da construtora, quando dá o habite-se, quando dá licença, botar o
número bem visível na frente, porque eu acho que isso deve ser cobrado quando é
autorizada a construção. Mesmo que eu admire V. Exª, eu fico meio com o pé
atrás, porque o Ver. Todeschini falou: quantos números têm? Eu sou favorável,
como ele falou, a que seja um número só para água, luz, DEMHAB, de tudo, mas
que quando seja permitida a obra, quando seja licenciada, que cobrada da
construtora, do engenheiro, ou arquiteto para colocar na frente do prédio.
Muito obrigado.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Muito obrigado por sua elucidação, Ver. Brasinha, mas estamos falando de
coisas diferentes. O número tem que ser colocado na frente, para facilitar que
seja encontrado. Quando se coloca um painel, ele acaba escondendo o número. Eu
acho que era essa a intenção do Ver. Ismael, de colocar esse mesmo número à
frente no painel, para que ele seja encontrado com mais facilidade. Eu, Ver.
Brasinha, sou pequeno comerciante, na frente da minha loja foi colocado um
painel com o nome da Rede Ammpa, e lá já foi colocado o número, Ver. Brasinha, porque
eu tenho o maior interesse que as pessoas encontrem o meu comércio.
O Sr. Ervino
Besson: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro, nós temos que facilitar as
coisas. Acho que a ideia do Ver. Airto Ferronato é excelente, e V. Exª sabe que
a hoje a CEEE para instalar um relógio medidor tem que ter facilidade e
visibilidade para a pessoa que vai medir o consumo, senão eles não instalam;
tem que facilitar. Nós estamos num outro momento em que temos que criar
facilidades para a população. Muito obrigado.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Obrigado, Ver. Ervino Besson. A preocupação do Ver. Carlos Todeschini
também é legítima, e nós temos que buscar, talvez através de um projeto, a
unificação das numerações para que se facilite ainda mais. Agora, nós não
podemos deixar de criar uma facilidade, que é colocar esse número no painel
para que se tenha um destaque maior da numeração. Existe um outro problema, que
são as várias numerações, como foi citado pelo Vereador: do DMAE, da CEEE, da
Fazenda.
Eu acho que esse é um outro problema em que nós
temos que avançar também, não podemos deixar de ter uma forma de ficar mais
explícito o número dessas lojas. Eu sou favorável ao Projeto, e acho que essa
Emenda que dá um prazo de até 12 meses para que seja colocado o número no
painel é uma forma de facilitar também para não complicar a vida desses
comerciantes. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoamos a Emenda nº 02 ao PLCL nº 002/08,
assinada por diversos Líderes, que diz: “Onde couber: junto ao número de
identificação dos prédios, também seja informado o nome do logradouro”.
Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Paulo
Ruben Berta, que solicita dispensa do envio da Emenda nº 02 para a apreciação das
Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para discutir o PLCL nº 002/08.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, demais Vereadores, um Projeto que
se apresentava como de votação simples acaba despertando o interesse de todos
os nossos colegas Vereadores, e talvez este seja o motivo de muita conversa no
Plenário, porque esse é um assunto do nosso dia a dia na Cidade. Não há
Vereador que não seja cobrado diariamente pelos problemas de sinalização em
Porto Alegre. E não é um problema deste Governo, parece que já é uma cultura de
Porto Alegre não ser bem sinalizada. Eu quero aproveitar, nesta linha - não é
cobrar -, para aproveitar a experiência do nosso nobre Ver. João Antonio Dib e
perguntar-lhe: o que é que dificulta a implementação das sinalizações em Porto
Alegre? Eu lhe peço, encarecidamente, que aproveite este espaço para nos
ajudar.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino
Vendruscolo, eu diria que a dificuldade toda é falta de vontade política,
porque, na realidade, a Câmara tem até colocado oportunidades para que, através
da publicidade, se faça a colocação das placas. A Prefeitura deveria estabelecer
um esquema para cumprir a legislação existente, que determina que a Prefeitura
coloque as placas; deveria estabelecer um esquema para, no mínimo anualmente,
colocar um número determinado de placas, e em breve a Cidade estaria toda
identificada, que é o sonho de todos os porto-alegrenses.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado, Vereador.
O Sr. Ervino
Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino,
agradeço pelo aparte; aproveitando a presença do Pitol que
está aqui conosco, quero dizer que a qualidade do material das placas que são
colocadas nas ruas é uma questão que deve ser vista, porque temos placas em
Porto Alegre há 15, 20 ou 30 anos que estão aí em belas condições, e algumas
colocadas há um ano e meio, no máximo dois, já estão deterioradas, saindo a
numeração, enfim, o material é de péssima qualidade.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado. Os
dois Vereadores que pediram aparte neste momento, o Ver. João Antonio Dib e o
Ver. Ervino Besson, ambos tiveram seus governos também aqui na Capital. E como
eu estava falando, Vereador Valter, V. Exª que é Líder deste atual Governo, a
nossa fala não é no sentido de fazer crítica a este ou àquele Governo;
realmente é um problema da Cidade.
Então, na medida em
que nós, todos os Vereadores, sem fazermos aquele discurso atacando este ou
aquele Partido, Ver. Ferronato - e é o que estamos fazendo hoje, pois não vimos
nenhum ataque a este ou àquele Partido -, nos somarmos, Ver. Brasinha - V. Exª
já disse que vai votar contra e está pedindo um novo aparte; já pediu vários -,
repensarmos e votarmos favoravelmente, acho que, no mínimo, se isso não
solucionar, pelo menos vai ajudar.
Então, nesse sentido,
Ver. Brasinha, vamos votar favoravelmente, porque acho que vai contribuir. O
Ver. João Antonio Dib tem razão: falta um pouco mais de decisão de alguns
Secretários em tomar a frente e resolver esse problema.
Ver. Valter, Líder do
Governo, lhe dou um aparte; também ao Ver. Brasinha, apesar de V. Exª já ter
pedido vários apartes.
O Sr. Valter Nagelstein: Ver.
Bernardino, muito obrigado pelo aparte. Só para compartilhar uma informação com
V. Exas, é um assunto
a que vários Vereadores têm se dedicado, inclusive me parece que o Ver. Luiz
Braz e a Verª Maria Celeste estão desenhando um seminário sobre o Mobiliário
Urbano em que se inclui a questão da sinalização da Cidade. Ontem nós estivemos
na Prefeitura Municipal reunidos com o Prefeito - vários Vereadores -, logo em
seguida houve a solenidade de regularização fundiária, e, nesse intervalo,
entre uma e outra audiência, eu conversei com o Secretário Clóvis Magalhães e
obtive dele a confirmação de que até o final de março estarão na rua os editais
de licitação do Mobiliário Urbano de Porto Alegre. Ou seja, a regulamentação
dessas questões das paradas de ônibus, das placas de sinalização de ruas. Não
são as placas de trânsito - está aqui o nosso amigo Pitol -, são as placas de
sinalização de ruas que nós estamos reclamando, as paradas de ônibus, as bancas
de jornais e revistas, os outdoors,
tudo o que constitui essa questão do Mobiliário Urbano. Até o final de março a
licitação está pronta. Portanto, é alvissareiro o horizonte, teremos melhoras
na Cidade nessa questão. Obrigado.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: É oportuno o
seu aparte, traz informações importantes. Enquanto o Ver. Brasinha não chega,
para que não fique caracterizado que lhe neguei um aparte, quero dizer, então,
Presidente, da importância deste Projeto do nosso ex-colega, hoje Suplente
desta Casa, Ver. Ismael Heinen. Acho que o Vereador está de parabéns, pois
deixou aqui um Projeto que se mostra aparentemente simples, mas de uma
importância e de uma necessidade muito grande para Porto Alegre. Muito
obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra para discutir o PLCL nº 002/08.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, entendo essa discussão como bastante positiva para a
cidade de Porto Alegre, até em razão das deficiências que temos com relação à
sinalização das nossas ruas da Capital. Acho que a matéria é importante, vamos
votar favoravelmente, e eu vou apresentar uma Emenda prevendo que essa
obrigatoriedade para a substituição daqueles painéis que já existem se dê a
partir de dois anos a contar da data da publicação desta lei. Eu acredito o
seguinte, Ver. Nilo: para muitas pequeníssimas empresas, microempresas, não
vejo como positivo saírem agora a substituir todas as placas e luminosos
existentes no Município. Acho que se nós dermos um prazo, as novas já saem na
exigência atual, e aquelas que já existem, o pessoal vai substituindo. Assim
nós deixamos de colocar mais um encargo, Ver. Mauro, mais um imposto ao pequeno
empresário. Acho que daríamos um tempo para que eles, aos poucos, fossem
substituindo essas placas por uma outra placa com a exigência que já se pede.
O Sr. Nilo
Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ferronato,
apenas para auxiliar: na realidade, as pessoas não precisarão substituir as
placas, basta mandarem fazer um adesivo com o número do prédio, que sai em
torno de 30 reais, talvez 50 reais, e colar ali. Então, só para esclarecer, não
haverá a substituição de toda placa, de todo painel, apenas será colocada a numeração
do prédio.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sim, isso é verdade! Até é positivo, só que há um detalhe: o Projeto
está dizendo - e eu concordo com isso - que, na verdade, devem ser observadas
as dimensões mínimas indicadas no parágrafo 1º desta Lei. Será que essas placas
todas terão espaço para colocar essa dimensão mínima, ou será que elas já estão
todas usadas? Até me ocorreu essa posição de que é possível, sim, se colocar
alguma coisa nesses termos. Mas acredito que Porto Alegre precisa se preocupar
com as questões da sinalização nas ruas. Aliás, lá em 1989, 1990, apresentei um
Projeto, que hoje é Lei, muito pouco falado, que possibilita que as empresas
coloquem o nome das ruas nas esquinas, e que, naquele espaço, também possam
fazer a sua publicidade. É isso; obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni Proença está com a palavra para
discutir o PLCL nº 002/08, por cedência do Ver. Paulinho Ruben Berta.
O SR. TONI
PROENÇA: Sr. Presidente, muito obrigado, eu não vou usar todo o tempo. Na
verdade, eu já discuti a matéria, venho aqui só discutir a Emenda que, junto
com vários Líderes, sugerimos humildemente a este Projeto, que, na nossa
opinião, ousaria em termos de sinalização na cidade de Porto Alegre. É uma
prática já adotada em algumas outras cidades, não só do Brasil como do mundo,
que daria condições de o cidadão - isso foi uma preocupação manifestada aqui
pelo Ver. Pujol -, chegando em Porto Alegre, ou mesmo chegando em outro bairro,
saber exatamente onde se encontra: que é a obrigatoriedade, junto com a
numeração que identifica o prédio, de que também haja a identificação do
logradouro. Ou seja, lá na Rua Coronel Genuíno, no prédio onde mora o Ver.
Pujol, estaria escrito Rua Coronel Genuíno, número tal - o que não seria tão
difícil, porque lá é mais fácil perguntar onde mora o Ver. Pujol, pois todo
mundo sabe.
O cidadão, chegando de outro bairro, de outra
cidade e até de outro país, olhando para o primeiro prédio que possa enxergar,
já teria a identificação do nome do logradouro e do número do prédio. É uma
modificação singela, que, em pouco tempo, transformaria Porto Alegre numa
Cidade muito bem sinalizada. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
discutir o PLCL nº 002/08, por cedência do Ver. Marcello Chiodo. (Pausa.)
Ausente.
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
discutir o PLCL nº 002/08.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, Sr. Presidente Nelcir Tessaro, eu dei Parecer favorável a este
Projeto, porque há muito tempo eu trabalho com denominação de logradouros. Nós
temos problemas, sim, de placas denominativas e problemas de numeração. Os
números são colocados, muitas vezes, em lugares invisíveis, e já há uma Lei
sobre isso, do Ver. Elói Guimarães, que diz o tamanho e a forma do número e que
deve ser colocado em cor contrastante com a parede. Porém, tristemente, a
população de Porto Alegre não cumpre as leis.
Essa Lei do Ver. Ismael Heinen é uma tentativa de
melhorar a situação, porque normalmente os painéis, Ver. Brasinha, são
luminosos, e aí, com o reflexo, não dá para ver o número daquele prédio, e é um
problema, à noite, descer e encontrar os números, especialmente nas casas
comerciais, que põem um painel que cobre detalhes do prédio: o nome, o número.
O Ver. Nilo Santos fez o aparte que eu iria fazer. Não precisa substituir todo o painel; só necessita colocar um adesivo,
uma pequena placa colada, colocar alguma coisa ao lado, bem nítido. Isso
favorece... principalmente o Ver. Alceu Brasinha, quando passasse com o seu
caminhão, veria o número, estaria localizado e poderia encontrar seus amigos
nesse número.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, eu admiro V. Exª, e,
aliás, V. Exª tem doutorado em rua. O senhor é dos Vereadores que mais tem
projetos de nome de ruas. Mas eu quero dizer que isso é inconstitucional,
Vereador, e dessa forma eu fico fora. Por quê? Porque nós devemos cobrar isso
desde quando foi construído, de quem permitiu, de quem deu ordem. Quem deixou
construir que coloque o número na frente. Porque, vir agora, não determinar o
tamanho! Só porque tem uma loja comercial, colocar o número na frente, porque é
luminoso!? Então, eu acho que tem que ser para todos igualmente, mesmo que o
cara não tenha. Então, vamos todos botar luminoso na rua. É assim, Vereador,
porque eu acho que lei é para todos cumprirem.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Perfeitamente.
Eu estou de acordo com Vossa Excelência. Mas o órgão que dá a autorização,
normalmente é a SMAM, e a SMAM vai exigir que isso ocorra daqui para frente.
Pelos novos, pelos anteriores, a SMIC vai fiscalizar, ou a SMOV vai fiscalizar,
ou a SPM vai fiscalizar. Acho importante, porque é uma forma de se localizar o
número e o endereço, porque é uma forma de bem informar a nossa população.
O Sr. Paulinho Ruben Berta: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Eu agradeço pelo aparte, Vereador, e
gostaria de dizer que o meu Partido vai votar a favor; a minha Bancada vai
votar a favor, mas ficamos com dúvidas. Primeiro, de que forma vai se dar essa
fiscalização? A pessoa que não cumprir, vai ser fiscalizada de que forma, vai
ser penalizada de que forma? Essa é uma das nossas preocupações. Em segundo
lugar, eu acho que ninguém é contra que nós tenhamos clareza, transparência ao
caminhar na Cidade, ao nos locomovermos, isso facilita a mobilidade na Cidade,
mas de que forma? E eu quero concordar com o Ver. João Antonio Dib, será que
não é mais uma lei que nós vamos fazer e que não será cumprida por falta de
penalização? Obrigado.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Vereador, eu
tenho certeza de que, se houver essa necessidade, o Poder Público vai
regulamentá-la e dirimir todas as suas dúvidas.
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Além de cumprimentá-lo pelo seu
pronunciamento, aproveito para enfatizar um detalhe. A lei não vai retroagir. O
que está sendo regulado são os novos painéis comerciais que serão colocados. Os
existentes poderão eventualmente ser adaptados quando da renovação da licença
que é concedida. Mas não há essa obrigatoriedade de amanhã sair mudando isso. A
lei não retroage, a lei vale a partir da sua publicação; tão somente isso.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Obrigado,
Vereador. V. Exª foi muito claro e preciso. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para discutir o PLCL nº 002/08, por cedência de
tempo do Ver. DJ Cassiá.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver.
Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, eu retorno a esta Tribuna, mais uma vez, com dúvida, Ver.
Bernardino Vendruscolo, com muita dúvida, porque é um Projeto inconstitucional.
Eu admiro muito o trabalho do ex-Prefeito, Ver. João Antonio Dib, e ele nunca
falou alguma coisa errada. Mas eu penso comigo: se é lei, é para todos,
igualmente, sem que alguém tenha privilégios. Ver. Luciano Marcantônio, o
senhor que é um excelente atleta, jogou muito bem, por sinal, eu concordo que
em Porto Alegre a sinalização é muito precária, e há muito tempo! A qualidade
das placas que se põem nas esquinas está cada vez menos durável. Quem coloca as
placas nas ruas, Ver. Nilo Santos, também deve ser penalizado, porque deveria
haver um tempo determinado de validade! E para isso a Prefeitura tem a sua
parceria, tem a sua permuta com quem coloca as placas nas esquinas com o nome das
ruas.
Sr. Presidente, vou parar de falar, porque não há
condições.
O SR. PRESIDENTE
(Nelcir Tessaro): Por gentileza, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, nós temos que fazer um pouco de silêncio. Este Plenário é
pequeno e temos dificuldade de ouvir o Vereador que se encontra na tribuna. Por
gentileza, peço, mais uma vez, a cooperação de todos para que possamos manter o
silêncio neste Plenário.
Ver. Alceu Brasinha, prossiga, por favor.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, continua o mesmo barulho.
O Sr. DJ
Cassiá: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Alceu Brasinha,
agradeço-lhe pelo aparte. Sabem, eu já conversei com vários sábios,
conhecedores das leis, e nenhum conseguiu me dizer exatamente sobre o que trata
este Projeto. Então, eu, analisando a discussão, dei mais uma olhada no Projeto
com os sábios professores daqui - que sabem de tudo -, para me esclarecerem.
Acho que a Lei deveria valer, a partir da publicação, para os novos. Não, o
Projeto não diz isso, Vereador. O Projeto diz que são 12 meses. Mas 12 meses
para quem? Para os novos, para os antigos? Não há uma definição. Não tem!
(Manifestações fora do microfone. Inaudíveis.)
O Sr. DJ
Cassiá: Ah, tem uma Emenda aqui? Então, eu não vi a Emenda. Obrigado, Vereador.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
A sua bondade se confirma a cada dia que passa, Ver. Alceu Brasinha. V. Exª
realmente é muito bondoso, e eu lhe agradeço.
Eu vou fazer uma leitura, porque, realmente, a
Emenda modifica. O que diz o Projeto de Lei Complementar nº 002/08. (Lê.):
“Art. 1º - Fica incluído parágrafo único no art. 2º da Lei Complementar nº 332,
de 22 de dezembro de 1994, alterada pela Lei Complementar nº 492, de 8 de
agosto de 2003, conforme segue: Parágrafo único - Nos estabelecimentos que
possuem painéis comerciais em sua parte frontal fica obrigatória a colocação da
numeração predial nesses painéis, observadas as dimensões mínimas indicadas no
parágrafo único do art. 1º desta Lei”.
Aí vem a Emenda, modificando, Vereadora. (Lê.):
“Emenda nº 01 ao PLCL nº 002/08 . As disposições previstas no parágrafo único
deverá ser implementado no prazo de até 12 meses da publicação desta Lei”.
Aí, sim, ele está contemplando os painéis já
existentes a partir de 12 meses. As dúvidas que tínhamos, agora ficaram claras.
Ele vai contemplar, sim; vai obrigar, sim; os já existentes, a partir de 12
meses.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Obrigado, Ver. Bernardino Vendruscolo, pela contribuição. Mas eu volto
a dizer, Sr. Presidente, quem sabe nós pedimos mais um adiamento neste Projeto,
porque eu, realmente, estou confuso.
Ver. João Antonio Dib, V. Exª me mostrou, com toda
autoridade, que é inconstitucional. E eu gostaria de ter mais um tempo para
refletir, para pensar, e para votar. Quem sabe, se nós retirássemos este
Projeto... Eu pediria ao Ver. Reginaldo Pujol, que tem essa autonomia.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Vereador, fica claro que a sua restrição é contra a Emenda nº 01. O Projeto não
atinge a situação como V. Exª imaginou. V. Exª é só contrário à Emenda nº 01.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol. Mesmo assim, eu continuo meio confuso.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Alceu Brasinha, vou ler, de novo, a posição da
Procuradoria.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Só um minutinho, Srs. Vereadores. O tempo do Ver.
Alceu Brasinha já encerrou, já concedeu apartes. Por gentileza! Não há mais
apartes. O tempo já encerrou, Ver. Alceu Brasinha. Vamos manter a ordem no
Plenário. Já encerrou o seu tempo, Ver. Brasinha.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra para
discutir o PLCL nº 002/08.
O SR. LUCIANO
MARCANTÔNIO: Obrigado, Presidente Tessaro. O Projeto de Lei coloca claramente que
deve ser colocada a numeração nos painéis comerciais a partir da data da
publicação da Lei. Esta Lei não vai retroagir. Então, somente os painéis que
forem colocados a partir da aprovação deste Projeto de Lei terão a obrigatoriedade
de colocar a numeração. Para que esta Lei obrigue a colocação da numeração nos
painéis já existentes, algum Vereador terá que propor uma Emenda.
Inclusive a Emenda do Ver. Engenheiro Comassetto só
fala em dar prazo de até doze meses para cumprir esta Lei que está sendo
aprovada. Ou seja, ela também se detém nos novos painéis que serão colocados a
partir da data da publicação desta Lei, se aprovada; em relação aos painéis que
já existem, nós precisamos, caso esta Casa entenda que também deva haver a obrigatoriedade
da numeração, que algum Vereador hoje faça a Emenda.
Eu sou favorável tanto ao Projeto de Lei que obriga
que se coloque a numeração nos painéis instalados, a partir da data da
publicação desta Lei, como sou favorável, caso algum Vereador faça uma Emenda,
a que - e o Ver. DJ Cassiá já se colocou à disposição para fazer essa Emenda -
se obrigue, estabelecendo prazo, para que os estabelecimentos comerciais que já
possuem painéis, coloquem a numeração. Nós temos que fazer uma lei que tenha
coerência, que consiga contemplar não só os painéis colocados a partir de hoje,
como os painéis já existentes.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver.
Marcantônio, sem dúvida nenhuma, é uma interferência no exercício da atividade
econômica, e nós não podemos fazer isso. Agora, coloco a V. Exª o seguinte: o
Banco do Brasil tem um luminoso sem número, só com o logotipo; eu boto um
número, e o que quer dizer? Nada. Eu pego o logotipo da Caixa Econômica ou de
uma empresa que tenha um logotipo e apenas colocar um número, acho que isto não
cabe a esta Casa. Nós estamos discutindo há muito tempo algo que é
absolutamente inconstitucional.
O SR. LUCIANO
MARCANTÔNIO: Meu nobre conterrâneo, respeito o seu aparte, mas sou a favor do
Projeto.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Marcantônio, eu
quero falar justamente como o Ver. Dib: que o Executivo não pode interferir nas
empresas privadas que geralmente são as que têm luminosos. Essa, então, deveria
ser uma Lei para todos; não está sendo para todos, e é inconstitucional,
Vereador. Eu acho que nós, Vereadores, devemos pedir um tempo. Quem sabe
solicitar o adiamento desta discussão por três, quatro Sessões, para nós
refletirmos, chegarmos a um denominador comum, e todo mundo votar junto. Em
princípio, eu votaria contra, mas gostaria de ter mais um tempo para estudar
este Projeto.
O SR. LUCIANO
MARCANTÔNIO: Para concluir, Presidente, no sentido de atender a todos, nós
precisaríamos de uma Emenda - o Ver. DJ Cassiá já a está formalizando - que
obrigasse os estabelecimentos que já possuem painéis a se adaptarem, num prazo
de pelo menos 12 meses, ou dar-se um prazo para os estabelecimentos comerciais,
que já possuem painéis, para colocarem a numeração. Os que não possuem painéis,
a partir da aprovação da Lei do Ver. Ismael, terão que colocar a numeração.
Eu estou sugerindo que seja aprovado este Projeto,
no sentido inclusive de colaborar com o cidadão porto-alegrense, para que possa
encontrar os endereços para os quais ele se desloca, oferecendo auxílio e até
segurança para que o cidadão não fique circulando, a pé ou com o seu automóvel,
atrás de um endereço, sem encontrá-lo, porque não há o número ou porque foi
colocado um painel na frente do número, impedindo a sua visualização. Se não
houver uma lei que obrigue que nesse painel que obstruiu a numeração seja
colocada a numeração, nós estaremos prejudicando o cidadão porto-alegrense.
Quanto à constitucionalidade, eu acredito que este
Projeto tenha tido parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça, e
também da Procuradoria da Casa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para discutir
o PLCL nº 002/08.
O SR. NILO
SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhores e senhoras que nos
acompanham, eu não ia participar desta discussão até porque o meu voto já está
definido. Eu não vejo dificuldade alguma em as empresas se adequarem a isso.
Outro ponto importante: isso nada mais é, senhores e senhoras, do que uma
prestação de serviço à comunidade. Quem nunca esteve perdido, nesta Cidade, em
alguma rua? Quem nunca se perdeu em alguma rua, Ver. Toni Proença, e ficou
catando a numeração nas casas ou nos prédios? Qual é a dificuldade em
acrescentar o número do prédio numa placa comercial? Qual é a dificuldade?! A
empresa poderia fazer muito mais ainda: além de colocar o número, poderia
colocar também o nome da rua. Qual é a dificuldade? As pessoas, às vezes,
resistem de uma forma desnecessária, Ver. Ervino Besson.
O Sr. Ervino
Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro Ver. Nilo
Santos, desde já agradeço pelo aparte. Há duas Emendas; uma delas é que as placas
de publicidade têm um ano para se adequarem à nova lei. Foi uma Emenda de
autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que nós assinamos. E há, também, uma Emenda do
Ver. DJ Cassiá, estabelecendo normas para a colocação de novas placas de
publicidade. Eu acho que, com essas Emendas, a gente consegue adequar o Projeto
de iniciativa do Ver. José Heinen. Muito obrigado.
O SR. NILO
SANTOS: Obrigado, Ver. Ervino Besson. Um exemplo, Ver. Brasinha: lá na sua
loja, o senhor coloca o número no seu prédio. Alguém está passando pela rua,
procurando o número de um prédio lá. Ele vai olhar: “Brasinha Pneus, nº tal.
Pô, o Brasinha me prestou um baita serviço!” Não vai cair um pedaço da sua
placa, o senhor não vai empobrecer por colocar o número na sua placa, e vai
estar prestando um serviço à comunidade.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu gosto do
discurso de V. Exª, mas acho que o Poder Público não pode intervir no privado.
Não pode, Vereador! É inconstitucional! E mais ainda: imaginem se passa esta
Lei; daqui a pouco aprovam outra lei, vem mais uma, e já vão estar mandando
dentro do teu próprio negócio! Eu venho, mais uma vez, dizer que tem que cobrar
de quem autorizou, de quem deu licença para fazer a obra, a numeração, e tem
que cobrar mais ainda daquela construtora que fez o prédio - isto, sim!
O SR. NILO
SANTOS: Ver. Brasinha, não é inconstitucional, tanto que a gente bate aqui nos
Hipermercados Big e Carrefour! Não é inconstitucional. Compete ao Vereador
legislar. Quero dizer, também, ao Ver. João Antonio Dib: não é inconstitucional
este Projeto. Ele não é inconstitucional, Ver. Brasinha, por favor.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quando o senhor
falou no Big e no Carrefour - para mim, realmente, eles fazem mal para a
Cidade. Mas eu não me comparo a um Big ou a um Carrefour; eu tenho certeza
absoluta de que não podemos legislar lá dentro do negócio de outra pessoa.
O SR. NILO
SANTOS: Está bom.
O Sr. Luciano
Marcantônio: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado.
Quero dizer que concordo plenamente com a sua posição, e que a numeração nos
painéis é muito importante e contribui para o cidadão que está em busca de um
endereço, como para os próprios comerciantes que precisam ter a sua numeração
no painel. Agora, com a lei, será obrigatório todos os comerciantes terem a
numeração nos seus painéis, o que contribui, também, para que os seus clientes
encontrem o estabelecimento. Então, é bom para todo mundo, e, por isso, tenho
certeza de que esta Casa vai votar favoravelmente. Obrigado, Ver. Nilo.
O SR. NILO
SANTOS: Eu é que agradeço pela contribuição. Ver. Brasinha, a Brasinha Pneus é
na Av. Plínio Brasil Milano, mas qual é o número da sua loja? Número 2.128. Eu
não sabia do número, pois não tem o número lá na placa! Agora, já sei: Av.
Plínio, nº 2.128, Ver. Mauro Zacher.
Então, senhoras e senhores, votarei favoravelmente
a este Projeto. Eu quero aproveitar a oportunidade, Ver. Tarciso, para
cumprimentar o nosso querido Ver. José Ismael Heinen, que passou por esta Casa
e tanto contribuiu.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Registramos a presença neste plenário do Sr.
Maurício, Presidente da escola de samba campeã de Porto Alegre; acompanhado
pelo Ver. Paulinho Ruben Berta. Seja bem-vindo! Parabéns, Paulinho, por ter
acompanhado o Maurício, que conduziu aquela escola da Zona Norte ao título,
merecidamente.
Apregoamos a Emenda nº 03 ao PLCL nº 002/08. (Lê.):
“Inclua-se, onde couber: Art.- o Estabelecido no parágrafo único do Projeto de
Lei será aplicável somente aos painéis comerciais instalados a partir da
publicação desta lei”.
Em votação o Requerimento
de autoria do Ver. DJ Cassiá, que solicita dispensa de envio às Comissões da
Emenda nº 03 ao PLCL nº 002/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João
Antonio Dib, a Emenda nº 03 ao PLCL nº 002/08. Solicito a presença do Sr. 1º
Secretário, Ver. Bernardino Vendruscolo, para proceder à chamada nominal.
(Manifestações no Plenário.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Podemos votar simbolicamente as Emendas, Srs. Vereadores? (Pausa.) Em votação a Emenda nº 03 ao PLCL nº 002/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com o voto
contrário do Ver. João Antonio Dib.
Em votação a
Emenda nº 02 ao PLCL nº 002/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA,
com o voto contrário do Ver. João Antonio Dib.
Em votação a
Emenda nº 01 ao PLCL nº 002/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com o voto contrário do Ver. João
Antonio Dib.
Em votação
nominal o PLCL nº 002/08, por solicitação do Ver. João Antonio Dib. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) APROVADO por 26 votos SIM e 02 votos NÃO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1439/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 050/09, de autoria do
Ver. Mauro Zacher, que dispõe sobre o desenvolvimento de política
“antibullying” por instituições de ensino e de educação infantil, públicas ou
privadas, com ou sem fins lucrativos. Com Emendas nos
01 a 04.
Pareceres:
- da CCJ. Relatora
Verª Maria Celeste: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e das Emendas nos 01 e 02;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos
01 e 02;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Engenheiro Comassetto: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos
01 e 02;
- da CECE. Relatora
Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos 01 a
04.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM em 24-02-10.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLL nº 050/09. (Pausa.) O Ver. Mauro Zacher está com a palavra
para discutir o PLL nº 050/09.
O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu
tenho que confessar aos senhores que este é um dia bastante especial, porque
este é um Projeto de Lei que tramita nesta Casa há mais de um ano e tenho-me
aprofundado neste assunto, debatido a respeito dele, tive a oportunidade de
realmente discutir, poder escutar a comunidade, e tentar, a fundo, estudar e
entender, cada vez mais, este fenômeno muito presente em nossas escolas, que é
o chamado bullying. Enfim, esta Casa
produziu alguns eventos e permitiu que durante um ano o Projeto aqui tramitasse
a fim de que possamos, então, oferecê-lo às nossas escolas. Isso que
estamos votando hoje, na verdade, estabelece um programa de combate a esse tipo
de violência muito comum nas escolas.
E o nosso grande objetivo através desse programa
justamente é possibilitar e garantir que a Rede Municipal tenha uma política
específica antibullying, que possa
capacitar o quadro docente, que possa oferecer tanto aos pais, às vítimas, aos
agressores, um ambiente de conscientização desse processo. Que possamos
garantir às vítimas de bullying um
espaço em que possam relatar aquilo que está acontecendo; que possamos, também,
garantir que os nossos jovens possam usar uma política, hoje, muito comum no
Município, nas escolas que são os círculos restaurativos, e não a punição
simplesmente; que a gente possa, enfim, garantir a tantas vítimas que, por
muito tempo sofreram, um espaço e uma política de garantia de um bom ambiente
escolar. Este é um dos assuntos que têm sido dito e confirmado por muitos
pesquisadores; talvez seja um dos desafios mais importantes e mais
problemáticos dentro de uma escola.
Digo isso, porque o bullying, embora tenha sido entendido por nós como algo normal,
algo normal da idade, e que, talvez os nossos pais achassem que nós tínhamos
que enfrentar esse tipo que coisa como coisas da vida, coisas da idade, mas os
estudos e as pesquisas têm mostrado, realmente, consequências devastadoras em
relação ao bullying.
A primeira questão: quem é vítima de bullying cai no desempenho escolar -
Ver. Pedro Ruas -, ocorrendo também a evasão. Ora, quem é perseguido, quem não
tem amigos na escola, quem tem medo da escola, não vai querer ir para a escola.
Segunda questão: o estudo tem mostrado o aumento de risco para suicídio. Países
como a Inglaterra tem registrado quase 80 casos de suicídio por ano, e não tem
sido muito diferente aqui no Brasil.
A terceira questão, talvez a que mais me motivou a
apresentar este Projeto de Lei - e quero aqui ressaltar que é um Projeto de Lei
baseado em uma pesquisa realizada pelo ex-Deputado Marcos Rolim em uma escola
pública municipal, Ver. Pedro Ruas, que mostrou grande incidência de bullying -, a questão fundamental é o
fator preditivo para o crime na vida
adulta; 60% dos jovens que foram agressores de bullying, nas escolas americanas, tiveram, ao menos, uma condenação
até os 24 anos. O que nos leva a afirmar que aquele comportamento violento -
aceito na escola -, acaba se repercutindo no comportamento violento na vida
adulta.
O Sr. Pedro
Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu agradeço pelo
aparte, Ver. Mauro Zacher, e, para não prejudicar o tempo de V. Exª, que é o
autor de um Projeto brilhante, eu me inscrevo, neste momento, para ceder meu
tempo para que V. Exa continue na tribuna. Quero cumprimentá-lo, sei que a Verª
Fernanda Melchionna, daqui a alguns minutos, falará em nome do nosso Partido,
mas quero lhe dizer que este Projeto honra a Câmara. Nós precisamos de projetos
exatamente nesta linha, que tragam modificações importantes e concretas para a
vida da nossa sociedade. O Projeto de V. Exª não só traz isto para Porto
Alegre, como transforma Porto Alegre em um exemplo para outras cidades.
Parabéns, Vereador, conte com o nosso apoio.
O SR. MAURO
ZACHER: Muito obrigado, Ver. Pedro Ruas, obrigado pelas palavras. Quero dividir
este Projeto com todos os Vereadores de todas as Bancadas, porque tive sempre,
não só contribuições e Emendas, mas tive a possibilidade, através das
Comissões, dos nossos eventos que realizamos na Câmara de Vereadores, a
possibilidade de fazer um belo debate.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Zacher,
desde já, pode contar com o voto da Bancada do PTB, porque o Projeto é bom e
certamente vai influenciar bastante. Desde já, conte com o nosso apoio.
O SR. MAURO
ZACHER: Muito obrigado, Ver. Brasinha. Eu quero reafirmar, embora tenhamos
feito, a mídia também tem feito, e o papel da imprensa foi fundamental de
disseminar o assunto, de explicar, realmente, o que é bullying. Por que não usamos uma palavra em português? Não houve
uma tradução que pudesse dizer tudo isso que significa o bullying, porque o bullying
não age de uma forma única, não é apenas a briga física, não são apenas os
apelidos, são também ofensas pela Internet. Então, ele se manifesta de várias
maneiras; por isso não houve esta tradução. Os pesquisadores, então, acharam
melhor que permanecesse então a palavra bullying.
Bullying é esse tipo
de violência que se caracteriza, Pedro, pela repetição, pela perseguição, pela
tirania, pelo desequilíbrio do poder. “Eu sou mais forte, exerço poder sobre o
mais fraco, faço parte de um grupo, ou de um ‘bonde’” - hoje muito comum -, que
a exerce poder sobre o mais fraco, sempre causando dor, angústia para a vítima.
Então, ainda há alguma confusão. Mas entre professor e aluno, é bullying? Não, o bullying é entre iguais, entre pares; muito comum, claro, na
escola.
Outra questão fundamental nesta pesquisa que o
Marcos fez na Escola Estadual Odila Gay da Fonseca, aqui da Zona Sul, marcou
que 49% - porque é importante que, no caso desta violência escolar, tenham que
ser divididas as responsabilidades - da violência está fora da escola, está na
rua; na entrada e na saída. Isso marcou um percentual de 49%. Eu quero
registrar a importância de termos a Guarda Municipal ou a Brigada Militar
monitorando esse tipo de violência. Não pode ficar também toda a
responsabilidade para a escola. A segunda questão, em relação à violência, é de
que nós estamos registrando um ponto, talvez marcante de uma nova visão de escola.
Eu, quando apresentei este Projeto de Lei, nunca me esqueço de que o Lauro
Quadros nos chamou para fazer o Programa Polêmica. E o Lauro fez a seguinte
pergunta, Ver. Dib: “No caso de reincidência de bullying, o aluno deve ser expulso?” É uma pergunta equivocada,
porque o bullying é reincidência, é
repetição. E, aí, 98% das pessoas que ligaram apontaram que o aluno tem que ser
expulso. Esse é um ponto de debate e em que há muita contradição. Eu quero
afirmar que, em relação ao bullying,
não nos cabe a punição. A punição não nos ajuda a combater o bullying. Por que isso? Porque a vítima
acaba, no seu normal, aceitando aquela condição. Ela não tem onde dizer, acaba
aceitando aquela condição a tudo aquilo que lhe dizem. Quando a direção é muito
punitiva, o que acontece? Primeiro, a vítima não relata o acontecido. Por quê?
Porque tem medo, lá na rua ela tem medo de sair da escola. Quer dizer, já está
ruim para ela, se for relatar, ainda vai piorar.
A segunda questão é que nós não contamos com
aqueles expectadores, com aqueles que podem nos ajudar, aqueles que podem dizer
o que está acontecendo, quem está mandando e-mails,
quem está furtando, quem está perseguindo aquele jovem. Porque quem é o
dedo-duro na escola não é uma pessoa bem-vista, e, segundo, porque será a
próxima vítima.
Eu quero reforçar isso aqui, porque o Município foi
pioneiro, inclusive a Justiça Criminal do nosso Estado implementou a Justiça
Restaurativa. Esse é um conceito de Justiça não só importante para a nossa
juventude, mas, principalmente, para o ambiente escolar. O que prevalece dentro
da escola, quando há uma briga, é a gente, primeiro, reparar o dano à vítima;
segundo, reconstruir esse laço que foi quebrado; terceiro, a gente reintegrar
essa garotada, de novo, ao ambiente comunitário. Esses são os conceitos do
circulo restaurativo que eu reforço e coloco no meu Projeto de Lei, porque é
uma grande oportunidade que a gente tem em não transformar as brigas, às vezes
pelos motivos mais bobos dentro da escola, em caso de Polícia. A escola tem,
sim, que enfrentar e conseguir mediar e restaurar esse laço que foi quebrado,
porque a escola é o grande espaço de fazer as boas, as verdadeiras amizades que
a gente carrega para o resto da vida.
Então, a gente reafirma isso, porque ainda há o
conceito dos limites, e de que a gente tenha que trabalhar em cima da punição,
e, aí, equivocadamente, a SEC transformou isso, em algum momento, talvez no
descontrole da violência escolar, que todos os casos fossem registrados na
Polícia. Esta é uma outra questão que eu tenho reafirmado. O importante - é
isso que nós estamos criando hoje, Vereador -, é que nós queremos criar um
programa de prevenção, que possa dar ao ambiente escolar a oportunidade de não
deixar acontecer as coisas, de envolver as famílias no processo, de envolver a
comunidade. Eu, quando discuti bullying,
sempre fiz questão de trazer a UNESCO aqui e discutir a escola aberta, porque é
a oportunidade de o aluno que estuda de manhã conhecer o aluno que estuda à
noite. É a oportunidade de a Brigada Militar estar dentro da escola, do
Conselho Tutelar, da direção, enfim, estarem no ambiente escolar. Não é à toa
que nós estamos vivendo uma grande epidemia de violência.
Eu acho que a gente dá um grande passo, hoje,
aprovando este Projeto, porque nós estaremos não só sendo uma referência, mas
estabelecendo uma política pública, especial, específica, na prevenção, e não
na punição como têm fortalecido aí os discursos mais conservadores. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Mauro Zacher falou no seu tempo e também no
tempo cedido pelo Ver. Pedro Ruas para discutir o PLL nº 050/09.
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLL nº 050/09.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores; o Ver. Valter Nagelstein está
traumatizado pela reação das mulheres, achando que ele é vítima de bullying. Ver. Mauro, quero aqui
registrar a importância do debate. Eu quero dizer menos à lei do que ao debate
promovido pelo seu Projeto de Lei, porque não será, com certeza, determinando
as ações dos professores que nós mudaremos a educação, e sim envolvendo-os num
processo de reflexão da educação e de reflexão da sua prática, de busca e de
formação.
O debate, e é nesse sentido também que tenho que
elogiá-lo, porque V. Exª passou um ano fazendo debates sobre o tema em todos os
lugares; eu tenho notícias, no Interior, tem uma mobilização importante em
relação ao tema, chamando a atenção de educadores, de pais e de alunos. Esse
efeito, que eu acho que é o principal efeito de uma
proposição como essa, porque ela é
uma proposição que interfere na postura profissional, na organização do projeto
pedagógico da escola, que ousa querer interferir, que provoca e que coloca um
instrumento, e obrigações, na minha opinião, para as Secretarias de Educação,
para fazer exatamente esse papel que V. Exª fez nesse período de preparação.
Refiro-me ao papel da problematização, da informação, do debate com os
profissionais de Educação, para que eles percebam um aspecto muito triste da escola
que não acontece só na escola, acontece na rua, acontece na vizinhança,
acontece nos vários lugares onde os jovens se encontram. Então, nem tudo pode
ser solucionado dentro da escola. De fato, as crianças e os adolescentes passam
grande tempo dentro da escola, e é preciso que os adultos percebam e tenham
políticas para isso.
O bullying de fato é algo dramático, e
ele, na verdade, expressa o quanto a sociedade ainda é discriminatória, o
quanto a sociedade é sexista, o quanto a sociedade não aceita o diverso. Na
questão da opção sexual, que é um dos temas mais recorrentes de bullying, nós temos uma grande dívida.
Falo nós, os professores, nós, a Educação, Ver. João Antonio Dib, porque há
muito preconceito. Se a escola aceita e trata bem um menino com jeito
afeminado, até a escola é questionada, porque a escola está direcionando, está
facilitando... Na verdade, nas escolas, no sistema normalizador escolar, Verª
Fernanda, a possibilidade de uma - não é opção, porque dizem que não é um opção
- uma orientação sexual diversa da normal não existe e não é aceita. E aí há
muito espaço para o bullying entre
colegas: quando um menino é afeminado, quando uma menina é masculinizada.
Então, quanto ao tema
da orientação sexual, a escola reproduz, via de regra, o sexismo: o papel do
homem, o papel da mulher. Sem notar, a maioria de mulheres, professoras,
reproduzem: “Isso não é postura de menina”, “Isso não é para menina”, “Isso não
é para menino”; e assim as mulheres vão aprendendo que elas têm um papel, uma
postura, uma opção única. Infelizmente, porque a escola tem que ser um lugar da
liberdade, um lugar da diferença, um lugar da realização pessoal, da descoberta
do ser humano individual com as suas qualidades, com seus gostos, com os seus
desejos, com a sua capacidade de interferir no mundo, com o seu jeito de ser.
Penso que o Projeto de Lei interfere, chama a atenção exatamente para uma
prática que se alimenta de uma sociedade ainda normalizadora, de uma sociedade
ainda preconceituosa, de uma sociedade que não superou a sua cultura, a cultura
racista inclusive, que privilegia uma cor, que privilegia um modelo de beleza,
etc.
Eu ofereci duas
Emendas ao Projeto do Ver. Mauro Zacher. Eu proponho que uma das metodologias
seja, sim, o protagonismo da gurizada na reflexão e no enfrentamento do bullying. Nós não vamos resolver de fora
para dentro, estabelecendo regras, reprimindo, e sim provocando a reflexão do
jovem sobre a sua ação. O jovem tem que parar para pensar no que faz; por que
faz? Temos de desligar o “piloto automático” da juventude, das crianças, fazer
com que elas parem para pensar. Quando elas pararem para pensar no que fazem, e
motivadas por que, elas começam a mudar. Quando a criança e o jovem param para
pensar na consequência do que fazem, eles começam a mudar.
Então,
necessariamente, uma política antibullying
tem que ser uma política que envolva a reflexão, o protagonismo da gurizada, e
eles mudarão.
Parabéns, e que isso
se torne, na vida, uma lei real. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Aldacir
José Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 050/09.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre colega
Ver. Mario Manfro, presidindo os trabalhos neste momento, colegas Vereadoras e
Vereadores, público que acompanha a nossa Sessão no dia de hoje.
Quero parabenizar o
meu colega Ver. Mauro Zacher pela excelente ideia de poder aqui evitar um pouco
mais as agressões que as pessoas sofrem no mundo através dessa ideia da
informatização, da tecnologia, enfim, que hoje muitas vezes nos ajuda, mas
muitas vezes, também, através dela, sofremos profundas agressões.
Eu estava
conversando, há poucos dias, com uma senhora que mora aqui em Porto Alegre, na
periferia da Cidade, e ela falava da agressão, Ver. Zacher, que a sua filha de
13 anos de idade havia sofrido, há poucos dias. Os pais normalmente monitoram
os filhos, Vereadores Braz e Haroldo, e foi criado um site; a mãe monitorava esse site,
e achou estranho que, ao entrar nesse site
acessado pela filha, ali existisse um certo convite a alguma programação
estranha que não era do conhecimento da mãe.
A mãe chamou a filha
e perguntou: “Minha filha, o que você colocou nesse site?” E a menina respondeu: “Minha mãe, nada que seja estranho, eu
posso mostrar-lhe o site.” “Então,
vamos ver o site que tu criaste,
exatamente para vermos o que tu colocaste”. E a filha abriu o site, e apareceu essa programação
estranha - que não convém aqui dizer - que, na verdade, não era nada de sua
autoria, mas de alguns colegas que haviam criado o site, marcando alguns encontros, com algumas fotos, inclusive não
permitidas, da filha. Então, vejam só esse bullying,
feito até de uma forma agressiva e desrespeitosa, eu diria. O que fez a mãe? A
mãe foi a uma Delegacia de Polícia, registrou queixa e divulgou isso entre os
colegas da filha, mas achou estranho que, no dia seguinte, o pai de um dos
garotos veio falar com ela, dizendo que um dos garotos que havia feito aquilo
com sua filha, era filho dele. Pediu desculpas pelo filho, exatamente pela
agressão inesperada que o filho havia feito à menina. Eles eram vizinhos, e
nada disso foi feito com o consentimento do pai.
Eu levantei este
assunto, porque, muitas vezes, nós não monitoramos as ações dos nossos filhos,
e, por incrível que pareça, um grupo de amigos acaba sendo atraído por uma
tentação e acaba fazendo uma ação desrespeitosa com alguém, com algum jovem,
como aconteceu com essa menina.
Isso acabou causando
um sério problema familiar, a menina teve de ir a um psiquiatra para se tratar.
Na verdade, nada daquilo que havia sido divulgado no outro site era dela ou do conhecimento dela.
Então, eu acredito
que essa ideia de proibir o bullying
é uma grande ação. Parabenizo V. Exª pela iniciativa, e digo que o bullying não é só causado por jovens ou
crianças que estão nas escolas. Nós, aqui, na Câmara de Vereadores, já tivemos
alguns colegas que sofreram com isso. Quem não lembra, no ano passado, do Ver.
Haroldo de Souza, que sofreu uma agressividade dessas provocada pelo bullying - não é mesmo, colega Haroldo?
E muitas outras
agressões acontecem no dia a dia, e nós não sabemos quem são os autores!
Eu recomendaria,
embora aqui não esteja prevista nenhuma punição ou nenhum dano financeiro, por
ser um dano moral - isso caracteriza um dano moral, a meu ver, embora eu não seja
advogado, para avaliar essa questão -, todos os pais, ou jovens que sofrerem o bullying façam o registro numa Delegacia
de Polícia, caracterizando o dano moral, e toquem adiante a questão como uma
forma de lição àqueles que, na verdade, não respeitam os direitos
constitucionais das pessoas. Com essa ideia, gostaria de me somar a esse
Projeto de Lei, não só votando a favor, mas recomendando a todos os pais que
acompanhem seus filhos, porque, no caso específico que relatei, uma mãe
preocupada com o que aconteceu à sua filha, tomou uma providência simples, mas
corajosa, ao fazer o registro do que ocorreu numa Delegacia de Polícia e
divulgar aos seus colegas de aula, pois existia a desconfiança a respeito de
alguns colegas, e acabou descobrindo o autor do bullying.
Então, o Projeto de
Lei de V. Exª é de extrema importância, e acredito que todos os Municípios, em
todo o nosso País, devem se precaver dessa prática injusta e desleal que
acontece, infelizmente, com qualquer um de nós. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 050/09.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente dos
trabalhos, Ver. Mario Manfro, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, meu
querido amigo Mauro Zacher, cumprimento-o pelo Projeto. Quero que fique
registrado, até pela fala do Ver. Oliboni, que V. Exª com o seu Projeto não
está proibindo a prática do bullying,
porque essa prática já é proibida. O que V. Exª está fazendo é colocar nas mãos
dos educadores uma ferramenta que possa ser utilizada no combate à prática do bullying, que é algo nefasto, mas não é
uma coisa que tenha surgido nos últimos tempos; é algo com que nós todos
convivemos nas nossas escolas, quando nós estávamos lá nos bancos escolares,
embora eu estivesse nos bancos escolares bem antes de muitos daqui. Já naquela
época nós tínhamos a prática do bullying,
só que precisou alguém lá na Inglaterra levantar esta questão para que nós
aqui, depois de muito tempo, viéssemos a discuti-la, Ver. Mauro.
Eu quero cumprimentá-lo,
porque é V. Exª quem está dando esta oportunidade para nós aqui na Câmara de
Porto Alegre para fazermos também esta discussão e colocarmos Porto Alegre
entre aquelas cidades que estão tentando fazer alguma coisa para proibir a
prática do bullying. Agora, é algo
muito difícil, porque, afinal de contas, lendo o Projeto de V. Exª, nós vemos
que um dos fatores primordiais está exatamente na família. Então, não se pode
fazer com que o estabelecimento, de uma forma unilateral, vá fazer algo que
proíba a prática do bullying. Não, há
que chamar a família! Só que nós sabemos que, infelizmente, neste País, e isto
é fato recente, não é fato muito antigo, as famílias começaram a se destroçar.
A maioria desses jovens que vão para as escolas cometem muitas vezes desatinos
na escola porque as suas famílias estão destroçadas.
O Sr. Mauro Zacher: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Os programas exitosos no Canadá, Ver. Luiz
Braz, também encontraram essa mesma dificuldade, ou seja, o envolvimento das
famílias na escola. Lá, eles criaram equipes que foram nas casas, trabalharam
com as famílias nas casas, e empoderaram as famílias com técnicas de resolução
de conflitos sem violência no ambiente familiar. Por que isso? Porque existe
uma forte relação do jovem que é agressor na escola com aquele jovem que ou
sofre violência física em casa, ou presencia cenas de violência em casa. A
violência é um ciclo. Aquilo que a criança acaba vendo ou recebendo em casa
acaba repercutindo. Então, esse é um fenômeno que o Canadá também enfrentou.
Agora, uma outra questão importante que V. Exª citou é a seguinte: quando a
escola traz o assunto, dissemina o debate, a gente ganha uma grande parcela da
escola; e, se a gente ganha uma grande parcela, essa parcela começa a desaprovar
os atos dos agressores, porque o que agressor busca é a platéia, é se destacar
na escola.
O SR. LUIZ BRAZ: É verdade; é verdade!
Eu acho que V. Exª, é claro, discutiu muito mais do que todos nós este tema. A
própria Verª Sofia, quando veio aqui na tribuna, colocava que encontrou V. Exª
muitas vezes ou soube da sua presença em escolas do Interior, discutindo esta
matéria. V. Exª traz este debate, e eu acho que nós não poderíamos ficar fora
dele. Agora, com toda a certeza, Ver. Mauro, nós, aqui, vamos ter dificuldades
maiores do que teve, por exemplo, o Canadá, porque a questão familiar, lá no
Canadá, é um pouco diferente da questão familiar que nós estamos tratando aqui
no nosso País. Aqui, nós estamos, infelizmente, com famílias, a maioria delas,
destruídas. Então, quando a escola vai até essa família procurar algum apoio,
procurar alguma base para poder realmente fazer esse enfrentamento ao problema
do bullying, vai encontrar essa
dificuldade. Com toda a certeza, este é um início, e eu quero cumprimentar V.
Exª por dar esta oportunidade para que nós, aqui em Porto Alegre, estejamos,
realmente, dando este primeiro passo.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Thiago
Duarte está com a palavra para discutir o PLL nº 050/09.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre
Presidente em exercício, Ver. Mario Manfro, ilustres colegas, venho a esta
tribuna para, de forma muito singela, poder contribuir um pouco com esse debate
que é tão importante. Refiro-me ao Projeto do ilustre Líder da nossa Bancada do
PDT, que “dispõe sobre o desenvolvimento de política antibullying por instituições de ensino e de Educação Infantil,
públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos”. A questão do bullying é uma situação muito importante,
porque, como já foi dito aqui, pode ser o primeiro estágio, o primeiro sintoma
de uma doença física. Então, a doença física pode iniciar com a prática de bullying, basta ver o que está elencado
inclusive no corpo do Projeto. Muitas vezes, a gente, quando vai atender, nas
emergências, observa que a causa mais frequente de consultas são dores, muitas
vezes inespecíficas, que têm, sim, relação direta com o estado psicoemocional
do indivíduo. Não são dores psicológicas, entre aspas, em que as pessoas acabam
dizendo: “ah, não, essa pessoa não tem a referida dor”! A pessoa sente a dor,
e, evidentemente, ela inicia por um estágio de estresse e por uma situação
agravada por essa situação de uma prática ofensiva.
Quero contribuir, também, um pouco, com a
experiência que a gente traz do Departamento Médico Legal. Infelizmente, o
suicídio, nos nossos dias, tem sido uma coisa bastante frequente, e,
infelizmente, ele é extremamente democrático: ele não escolhe classe social,
ele não escolhe cor, ele não escolhe credo, ele não escolhe idade; e isso é
importante que a gente diga.
Quando nós analisamos a situação pregressa daqueles
indivíduos que, via de regra, acabam indo ao DML para ser feita a necropsia em
função de um caso de suicídio - o caso vai para lá, porque foi morte violenta
-, a gente observa, nos jovens, uma relação direta, na grande maioria dos
casos, com práticas insidiosas de bullying.
Então, uma forma de tentar diminuir essa incidência
é, sem dúvida nenhuma, ter-se políticas públicas para combater isso. Eu nem
falo em consultório. Em consultório, elas são muito frequentes. Em consultório
ginecológico, são bastante frequentes também, e, muitas vezes, nós observamos
as práticas de bullying vinculadas a
questões e a crimes sexuais. Falo especificamente do estupro e do atentado
violento ao pudor. Quando se tem a noção certa de que aquele indivíduo foi
vítima de bullying, é obrigatório
pesquisar-se essas outras situações, porque, em muitos casos, elas vêm a
reboque. Nem falo da questão do comportamento violento, que está muito implícito
em toda essa conjuntura.
Finalizando, quero dar os parabéns ao Ver. Mauro
Zacher, e dizer que, dentro dessa proposta, eu acho que existem dois organismos
que já existem no Município e que podem contribuir, em muito, para este
trabalho, Ver. Mauro Zacher. O primeiro é o NASCA, que existe na Saúde, que é o
Núcleo de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente, nas escolas, que existe
em cada uma das Distritais de Saúde, hoje meio relegado a um segundo plano
infelizmente, mas que pode contribuir com a sua experiência, com o seu
conhecimento e com a sua habilidade de atuar de forma multidisciplinar nos
agravantes, nos sintomas, pode contribuir para que essa política seja mais
efetiva; e, a segunda, é a questão da Terapia Comunitária, que foi iniciada por
um psiquiatra cearense chamado Adalberto Barreto, implantada na
Restinga/Extremo Sul, em especial, e que procura fortalecer, como o Ver. Mauro
Zacher acabou dizendo aqui, as redes locais, e, a partir dessas redes locais,
pode ter-se um trabalho em grupo, em rede, efetivamente, e se prevenir as
práticas do bullying.
Então, meus parabéns, Ver. Mauro Zacher, e que
esses dois organismos, vinculados à Secretaria da Saúde - o NASCA e a Terapia
Comunitária -, eu espero que esses dois mecanismos trabalhem juntos com a
Educação na confecção, na colocação em prática desse exitoso Projeto. Obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para
discutir o PLL nº 050/09.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Fico extremamente feliz que a Câmara queira, logo,
acredito, aprovar por unanimidade este importante Projeto, mas, talvez, o maior
dos méritos do Projeto seja, justamente, suscitar um debate que é fundamental,
relevante e sobretudo necessário.
Eu acompanhei o trabalho de V. Exª desde o início
de seus levantamentos; uma pesquisa que acaba sendo assustadora, uma pesquisa
numa escola de Porto Alegre, a Escola Odila, desenvolvida pelo ex-Deputado
Marcos Rolim, que mostra, na verdade, índices que assustam; assustam certamente
aqueles que são partes da escola, a comunidade escolar, os pais, e, sobretudo,
os próprios estudantes, que são vítimas, ou mesmo aqueles que reproduzem essas
práticas, oriundas, sobretudo, dos estereótipos e dos padrões de comportamento
socialmente aceitáveis.
Infelizmente, se nós pegarmos as agressões físicas,
morais, as piadas sem graça a que são sujeitadas as vítimas de bullying, nós veremos que elas partem de
um padrão ou de um pressuposto do que seja o socialmente aceito.
Então, se alguém está acima do peso socialmente
aceitável, logo é tachado por algum adjetivo pejorativo, violento, que ajuda a
aumentar a timidez, e, conforme a pesquisa ampla do Vereador, tem outras
consequências para a vida, tanto do jovem, do adolescente quanto do adulto.
Também é assim, quando são levados em consideração os padrões de renda, quando
alguém é mais pobre em determinada escola pública em que o padrão é um
pouquinho maior, logo vira objeto de piadas e de vitimização. O Ver. DJ Cassiá
está concordando comigo; eu tenho certeza que V. Exª que estudou em escola
pública, como eu, já deve ter visto muitas dessas práticas. Ou aquele que tem
um padrão mais dócil, que é um menino mais dócil, ou uma menina mais dura,
logo, mesmo sem estar aberto para sexualidade, mesmo estando muitos anos antes
de escolher a sua orientação sexual, vira objeto de piadas homofóbicas e de
coisas que marcam esses jovens para a vida inteira.
Quando nós vemos as consequências dessas práticas,
como bem lembrou o Vereador na tribuna, o bullying
é a prática repetida, Ver. Ervino, não é só a violência escolar, mas são as
práticas repetidas de violência, não só na escola, mas em toda a sociedade. Ela
está presente na Internet, ela está presente no bairro, está presente na
escola, sobretudo pela grande junção de jovens e adolescentes, em reprodução,
inclusive, dos preconceitos oriundos, sejam da sociedade, sejam da própria
família. Então, olhando as consequências disso, de fato, assustam. O aumento da
timidez, a queda do rendimento escolar, o aumento do isolamento dessas pessoas
em casa, a vinculação com aqueles que sofreram bullying e as altas taxas de suicídio, mostram um padrão ou um
traço extremamente preocupante para que este debate avance. Que este debate
tenha o papel de ajudar a combater, através da lei, e através, sobretudo, do
debate que abre na sociedade e que abrirá nas escolas.
Quero também parabenizar a ideia que o Vereador
coloca da Justiça Restaurativa, porque, para nós, isso não é pouco. Aquele que
tem o comportamento violento muitas vezes o reproduz. Nas escolas em que eu
trabalhei como bibliotecária, aquele que tinha um comportamento violento, era,
muitas vezes, aquele que apanhava em casa; era, muitas vezes, aquele que já
tinha sido vítima da violência.
Portanto, dizer-se que uma criança que tem
comportamento violento, e que futuramente também pode incorrer em comportamento
violento na vida adulta, sempre foi e sempre será um maniqueísmo da lógica
formal que tem que ser combatido pelas políticas públicas, porque ninguém nasce
sendo e ninguém morre sendo assim. O nosso papel é transformar, ressocializar e
discutir, coletivamente, para que as pessoas vejam o erro em que estão
incorrendo e construam uma sociedade melhor.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni Proença está com a palavra para um
Requerimento.
O SR. TONI
PROENÇA (Requerimento): Sr. Presidente, eu gostaria de fazer um
Requerimento, e solicitar aos outros Vereadores, ainda inscritos, que nós
façamos uma homenagem a este belo Projeto, proposto pelo Ver. Mauro Zacher, e
que passemos logo à votação, porque os encaminhamentos todos já foram feitos.
Sugiro, então, com a concordância dos outros Vereadores, que a gente vá direto
à votação, e o Ver. Ervino encaminha a votação final, então.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Havendo concordância de todos os Vereadores,
encerramos a discussão, e o Ver. Ervino Besson encaminha a votação por todos os
demais Vereadores, para podermos votar imediatamente.
Sim, Ver. Pujol.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Eu só concordo, porque todos concordaram que o Ver. Ervino Besson
encaminhe, em nome de todos, favoravelmente.
O SR. TONI
PROENÇA: Por uma questão de equidade, o Ver. Ervino encaminha em nome da Bancada
masculina, e em nome da Bancada feminina, encaminha a Verª Maria Celeste.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Está bem, assim fica acordado, então, dois
encaminhamentos.
Encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 050/09. (Pausa.) O Ver. Ervino Besson está com a
palavra encaminhar a votação do PLL nº 050/09.
O SR. ERVINO BESSON: Estimado Presidente,
queridos Vereadores e Vereadoras; eu quero agradecer a V. Exas de
uma forma muito especial, muito carinhosa por terem me honrado, neste momento,
de encaminhar este Projeto em nome dos 36 Vereadores e Vereadoras.
Hoje, quero lembrar
de uma pessoa que não está mais entre nós, que se chamava Leonel de Moura
Brizola. Um homem que defendeu a Educação e partiu deste planeta levando essa
ideia. Portanto, fica aqui a homenagem a esse nosso grande líder, meu caro Ver.
Mauro Zacher.
Em 1989, eu entrei
com uma proposição nesta Casa que dizia o seguinte: (Lê) “Art. 179 da Lei
Orgânica do Município, no § 4º - as escolas públicas municipais somente poderão
reprovar alunos em nível de alfabetização até a segunda série do primeiro grau,
após análise e avaliação pelo corpo docente e direção, precedida de parecer do
Serviço de Orientação Educacional”. E isso deu aquela polêmica toda que vocês
conhecem, muitas críticas: “Agora o Vereador não quer mais que os alunos estudem,
mas que sejam aprovados por decreto”.
E o Leonel de Moura
Brizola um dia me ligou dizendo: “Defende esta ideia, porque tu estás
protegendo aquele aluno numa sala de aula, numa escola que convive com outras
classes sociais, e ele tem problemas para se adequar ao sistema, pois não tem
alimentação, não tem material escolar adequado, porque o nível social dele é
inferior”. De repente, o aluno é reprovado e essa reprovação é um choque para a
família, e a pessoa não frequenta mais a sala de aula. Mas, graças ao esforço
dos Vereadores, graças ao esforço da comunidade, nós aprovamos essa Lei, porque
ninguém defendia o aluno que era reprovado. Hoje, sim, tem que passar por uma
avaliação educacional para ver qual a reprovação do aluno. Dizia o Brizola:
“Este aluno, quando não é reprovado e vai para o segundo ano, aflora aquela
ideia do seu sofrimento, do seu dia a dia e ele vai ser um futuro brilhante
cidadão para o nosso povo, nossa Cidade, nosso Rio Grande e nosso País”.
E agora, Ver. Mauro
Zacher, V. Exª traz uma excelente ideia, ligada à área de Educação. Mais uma
vez eu repito, colegas Vereadores, o nosso querido Leonel Brizola está vibrando
lá em cima por essa brilhante ideia. Essa ideia do antibullying, do nosso Líder de Bancada, Ver. Mauro Zacher, cria, sim,
uma dificuldade para os alunos nessa idade, que é a idade mais vibrante e com
maior risco para o nosso jovem. Portanto, em meu nome e em nome de todos os
Vereadores, aos quais eu agradeço pela segunda vez por terem me dado esta
oportunidade, eu acho que a Casa está de parabéns. O nosso jovem está de
parabéns, porque é um Projeto que vai amparar e vai criar maiores dificuldades
para essas pessoas que usam esse sistema e colocam ideias na cabeça dos nossos
jovens que vão criar uma série de problemas para a sua formação, para a sua
convivência, para a sociedade e para os seus familiares.
Portanto, meu caro
Ver. Mauro Zacher, parabéns!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Maria
Celeste está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 050/09.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores;
encaminho pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, parabenizando o Ver. Mauro
Zacher pela iniciativa e pelo mérito especialmente deste Projeto.
Na Comissão de
Constituição e Justiça, tive a oportunidade inclusive de viabilizar a questão
da legalidade do seu Projeto, Ver. Mauro, sanando alguns apontamentos da
Procuradoria do Município, por entender que esta iniciativa, que este Projeto
traz à tona um problema seriíssimo que vivia no silêncio das escolas, no
silêncio das repartições públicas, na questão profissional e também no silêncio
do seio das famílias, especialmente das famílias da nossa Cidade.
Insultos repetitivos,
agressões verbais e até mesmo físicas dão conta do que significa a questão do bullying na relação social de um
indivíduo. É importante aqui dizer que todas essas
questões apontadas trazem uma marca na vida e na constituição de uma infância,
na busca de uma cidadania que deveria ser permitida e não o é através dessa
ação do bullying.
Quero ler para os
senhores, e tenho a absoluta certeza de que já o fizeram na leitura do Projeto,
mas é importantíssimo colocarmos a fala de um historiador, de um estudioso
nessa área, que foi Deputado Federal, foi Vereador desta Casa, foi Deputado
Estadual, nosso querido Professor Marcos Rolim. Ele traz - e o senhor coloca
com muita propriedade na sua Justificativa - as pesquisas que tratam deste
tema, e, portanto, parece que esta Casa está tratando de algo relativamente
fácil de se tratar no dia a dia, mas não é assim. Ele coloca, por exemplo, uma
pesquisa dos Estados Unidos, de 2001, em que detectou fortes elementos para a
conclusão de que a experiência de vitimização por bullying está estreitamente vinculada às possibilidades de
vitimização mais ampla por práticas definidas como criminosas. Os resultados
mostraram que os estudantes que haviam relatado terem sido vítimas de bullying apareciam pelo menos duas vezes
mais entre as vítimas de sérios atos de violência como estupro, agressão sexual
e roubo, quando comparados com seus colegas que não haviam sido atingidos pelo bullying.
Um outro estudo que
envolveu 5.288 adultos - relatos do seu Projeto, na sua Justificativa - de
diferentes profissões encontrou uma relação significativa entre as experiências
de vitimização por bullying nas
escolas e episódios recentes de vitimização no ambiente de trabalho. Na
correlação observada, os adultos com maior risco de vitimização foram aqueles
que desempenharam o papel de vítimas e autores de bullying, seguidos pelos que foram exclusivamente vitimados.
Nos Estados Unidos
sabe-se que cerca de 60% dos garotos que são autores de bullying, entre a 6ª e a 9ª séries, são condenados por pelo menos
um crime até a idade de 24 anos. Mais dramático ainda: sabe-se que 40% deles
terão três ou mais condenações quando alcançarem essa idade.
Então, senhoras e
senhores, só pela justificativa apresentada por Marcos Rolim nas pesquisas e
nos estudos, somos levados a refletir sobre a importância deste momento na
Câmara Municipal. Este Projeto não vai proibir imediatamente a ação, mas vai
criar oportunidades, campanhas educativas que tragam à tona este tema e para
que faça sair do obscuro essa questão, e que, de fato, possamos lidar com a
nossa infância de uma forma muito mais cidadã, preparando os nossos meninos e
nossas meninas para viverem numa cidade cidadã e com uma melhor relação social,
porque sabemos, a partir deste estudo apresentado por Marcos Rolim, o
significado do que é uma criança vítima de bullying
na escola, na família, na sociedade em geral.
Portanto, quero
parabenizá-lo, em nome da Bancada do PT, pela iniciativa deste Projeto, e
parabenizo todos nós que estamos aqui fazendo um debate e trazendo à tona algo
tão importante, oxalá salvando vidas, trazendo crianças e jovens para uma
cidadania plena de uma sociedade melhor. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o
bloco das Emendas nºs 01, 02, 03 e 04 ao PLL nº 050/09. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos
presentes. (Palmas.)
Em votação o PLL nº
050/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO pela unanimidade dos
presentes. (Palmas.)
Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Waldir Canal, que solicita a retirada de
tramitação do Substitutivo nº 01 do PLL nº 056/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib, solicitando a retirada de
tramitação do PELO nº 008/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Apregoamos
Requerimento de representação do Ver. Beto Moesch para acompanhar Expedição de
Reconhecimento do rio Pelotas e Campos de Cima da Serra, promovido pela ONG
Ambientalista Mira-Serra, que será realizado amanhã, dia 25 de fevereiro de
2010.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 5287/08 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 019/08, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
acrescenta art. 6º-A e altera o “caput” do art. 7º, ambos da Lei Complementar
nº 320, de 2 de maio de 1994, que dispõe sobre a denominação de logradouros
públicos e dá outras providências, e alterações posteriores, dispondo sobre a
oficialização de logradouros públicos irregulares ou clandestinos.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA
– art. 82, § 1º, I, da LOM;
- discutiram a matéria os Vereadores A. Sell, J. I. Heinen, V. Nagelstein
e Engº Comassetto;
- adiada a discussão por três Sessões.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o
PLCL nº 019/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados... (Pausa.) Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Valter Nagelstein, o PLCL nº 019/08... (Pausa.)
Parece-me que está havendo o Requerimento de todas as Bancadas para que a
votação seja simbólica. Havendo concordância para que a votação seja simbólica,
colocamos em votação o PLCL nº 019/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO,
com a abstenção do Ver. Valter Nagelstein. (Palmas.)
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0614/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 008/09, de autoria do
Ver. Valter Nagelstein, que acrescenta §§ 1º e 2º ao art. 84 e altera o art. 94
da Lei Complementar nº 395, de 26 de dezembro de 1996 – que institui o Código
Municipal de Saúde do Município de Porto Alegre e dá outras providências –, e
alterações posteriores, dispondo sobre a proteção de alimentos não embalados
expostos à venda em estabelecimentos cujo atendimento se dê na modalidade de
autosserviço e sobre o vestuário e a higiene do profissional que atua no
manuseio de alimentação.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Paulinho Ruben Berta: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM.
Relator Ver. Beto Moesch: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, I, da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o
PLCL nº 008/09. (Pausa.) Não há quem que queira discutir. Em votação. (Pausa.)
O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL
nº 008/09.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, o meu agradecimento ao Procurador de
Justiça Dr. Lênio Streck, porque, na verdade, foi ele quem me sugeriu, Ver.
Luiz Braz, essa Emenda ao nosso Código Municipal que trata das questões da
Saúde pública, da higiene. Esta Lei é muito simples, Srs. Vereadores! Aqui nós
temos dois médicos, e sabemos a forma como se dá o contágio da maior parte das
doenças humanas. E grande parte desse contágio se dá pela saliva. Mais do que
isso, agora com esses episódios mais recentes da Gripe A, houve toda essa
campanha, Dr. Raul, para que se lavassem as mãos, porque é exatamente no
contato de mão com mão ou, às vezes, na conversa das pessoas é que se dá a
transmissão dessas doenças. O que isso tem a ver com o Projeto de Lei? Ele visa
a regulamentar os bufês na nossa Cidade; a forma como os alimentos ficam
expostos. Alguém vai dizer: “Ah, mas isso tem tudo a ver com a nossa vida, com
a qualidade de vida nas cidades”. Os bufês - e aqui na nossa Câmara é um
exemplo disso, e todos são assim, aqui não vai nenhuma critica, porque não há
norma e não há regra - têm, Ver. Ferronato, ali em cima, uma barreira de vidro
que não serve como proteção. Então, nós vamos almoçar, Ver. Ferronato, Ver.
Todeschini... Se V. Exª resolvesse compor comigo, nós faríamos as pazes; V. Exª
poderia me convidar um dia para almoçar, aí eu convidaria a Verª Celeste
também, porque aí ele me serviria e a senhora provaria primeiro a comida...!
(Risos.) Brincadeira. Se fôssemos almoçar juntos - e isso acontece - as pessoas
conversam quando estão se servindo, e infelizmente, querendo ou não, sai um
resquício de saliva que cai na comida. E aí passam 200, 300, 400 pessoas... Se
nós formos a um bufê, aqui no Centro, é esse o número mais ou menos de
frequentadores. Infelizmente é isso que acontece. Então, é uma medida de Saúde
pública nós criarmos uma barreira de proteção, uma barreira de vidro para
simplesmente quando nós formos nos servir nos bufês... Há aquele trilho por
onde corre a bandeja com o prato; a mão passa por ali, alcança as cubas onde
ficam os alimentos, pega a colher, serve a comida no prato, mas não há mais
possibilidade de cair alguma coisa nas cubas ao falarmos, ao conversarmos,
porque esse alimento ficará protegido a partir de então. Da mesma forma isso se
estende a todas as pessoas que trabalham com o manuseio. Por exemplo, o sushiman tem que trabalhar com máscara;
quem trabalha na grelha, nos grelhados, às vezes está conversando com o colega
- está bem que ali a temperatura é alta, pode esterilizar qualquer coisa -, mas
tem que trabalhar com assepsia, com máscara!
Então, esta matéria
visa a regulamentar essas questões. Na segunda-feira, já falei das funerárias,
essa também é uma questão de Saúde pública. Tenho tido uma preocupação em
legislar, no meu mandato, a respeito desses temas, juntamente com as questões
de direitos dos consumidores e questões referentes à Educação. Também recebo
sugestões de eleitores, de simpatizantes, de pessoas que acompanham o meu
trabalho, como foi o caso deste Projeto de Lei, quando um dia o Dr. Lênio
Streck, Procurador de Justiça, no nosso programa “Guerrilheiros da Justiça”, me
chamou e disse: “Valter, eu tenho ido aos bufês e me preocupa essa questão. Por
que não dás uma estudada nisso e fazes um Projeto de Lei nesse sentido?” E eu,
realmente, fui me debruçar sobre a matéria e vi que havia, Ver. Paulinho, uma
lacuna e que se poderia legislar a respeito desse tema. Então, Srs. Vereadores,
é isso, fica aqui o meu agradecimento, e, da mesma forma, o meu pedido, o meu
apelo a todos os cidadãos no sentido de que façam essas sugestões. Nós,
Vereadores, temos o Portal da Câmara, os nossos e-mails, seguidamente tenho recebido sugestões de projetos de leis,
ou de lacunas legais que podemos preencher. E é sempre bom recebermos essas
sugestões e podermos traduzi-las em praticas que melhorem a vida e a
convivência de todos nós nas nossas cidades, enfim, no nosso dia a dia. Era
isso que me cabia, Sr. Presidente, muito obrigado, Srs. Vereadores.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 008/09.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver.
Nelcir Tessaro, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o Projeto é bom,
mas eu tenho uma dúvida, Ver. Valter Nagelstein, eu acho que nós deveríamos,
mais ainda, chamar os proprietários de restaurantes e bares para termos esta
conversa, para termos a participação do proprietário do restaurante, do
proprietário de lancheria. Isso seria muito bom, Ver. Valter Nagelstein. Eu sei
que o senhor certamente vai entender a minha preocupação com o pequeno
empresário, e eu tenho, realmente, uma preocupação enorme, porque tenho dificuldades,
mas gostaria que V. Exª transferisse o seu Projeto para mais alguns dias, para
que nós chamássemos, no ramo de restaurantes e lancherias, esses proprietários
de bares, quem sabe o sindicato, para fazermos um debate amplo e bem
especificado, para nós não votarmos e depois dizerem que estamos aprovando lei
sem consultar o sindicato do ramo de restaurantes.
Então, faço esse pedido. Tenho certeza de que V.
Exª vai acatar este pedido de fazermos primeiro uma consulta com a participação
dos bares e restaurantes. Como eu também tive o Projeto que ampliamos os
horários dos bares, gostaria que V. Exª entendesse que não sou contra seu
Projeto, aliás, sou favorável, e tenha a absoluta certeza de que isso que V.
Exª falou tem fundamento, mas quem sabe podemos buscar esse entendimento junto
ao sindicato. Vamos chamá-los, tenho certeza de que eles viriam aqui para
fazermos esse debate e, quem sabe, acrescentarmos alguma coisa no seu Projeto.
Faço um pedido a V. Exª para que adiemos a votação do seu Projeto por três ou
quatro Sessões. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Este Projeto de Lei tem 180 dias para a sua implementação, prazo em que,
a quem cabe, quem terá competência para fazer isso, que é a Secretaria
Municipal da Saúde, e, atendendo à sugestão do Ver. Brasinha, a Secretaria pode
promover essa discussão com os donos de pequenos estabelecimentos que têm de
fazer essa pequena alteração nos seus bufês.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCL nº 008/09.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Ver. Nelcir Tessaro, nosso Presidente; demais Vereadoras e Vereadores,
público que nos assiste, Ver. Valter, infelizmente, por uma falha deste
Vereador, eu não tinha examinado com um aprofundamento maior este Projeto, mas,
com certeza, é um bom Projeto já que se preocupa com a Saúde pública. Mas,
assim como o Ver. Alceu Brasinha, eu gostaria de fazer algumas considerações
sobre a forma como vai ser feita essa proteção em acrílico, o custo que vai
gerar para esses estabelecimentos comerciais, e gostaria de lhe fazer um
pedido, Ver. Valter: ao invés de votarmos este Projeto agora, que fizéssemos um
debate maior junto com os bares, os restaurantes, os sindicatos e associações
ligadas a esses estabelecimentos comerciais antes de ser votado esse Projeto de
Lei.
Com relação à discussão da Secretaria de Saúde com
os estabelecimentos comerciais, conforme o senhor falou, eu gostaria de
inverter isso: que esse diálogo com o setor dos bares, restaurantes e similares
fosse feito antes da aprovação do Projeto, para que tivéssemos tempo para fazer
algumas adequações no Projeto, que, com certeza, é meritório; que se pudesse
fazer esse debate anteriormente à aprovação do Projeto, antes da votação, Ver.
Airto Ferronato. Que a gente possa buscar, juntamente com os bares e
restaurantes, alternativas, talvez até ouvindo esses profissionais que têm
maior conhecimento na área, ajustes mais consideráveis e melhorar ainda mais o
seu Projeto.
Como lhe falei, Ver. Valter, o Projeto é meritório,
acho que é importante a preservação e o cuidado com a Saúde pública, mas acho
que nós devemos fazer esse debate com os bares e restaurantes antes. Esse é um
pedido que este Vereador lhe faz para que o senhor retire o Projeto hoje para
buscarmos um diálogo com o setor, e, posteriormente, juntos, aprovarmos o seu
Projeto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Ver. Dr. Raul está com a palavra para encaminhar a
votação do PLCL nº 008/09.
O SR. DR.
RAUL: Ver. Nelcir Tessaro, nosso Presidente; Vereadoras e Vereadores, aqueles
que nos assistem, eu venho trazer a manifestação em nome da Bancada do PMDB no
sentido de apoio e de reconhecimento do mérito do Projeto que o Ver. Valter
Nagelstein nos traz, porque ele vai a favor da Saúde pública, vai a favor da
higienização. Nós estamos, hoje, num momento muito difícil, num momento de
retorno da dengue ao Estado, estamos nos avizinhando dos meses frios em que a
Gripe A ainda é reconhecida como uma pandemia. E sobre o Projeto, o custo desse
tipo de modificação nos bufês, enfim, é ridículo em comparação com o número de
beneficiários em termos de saúde, de doenças que vão deixar de ser
transmitidas.
Então, eu vejo com bons olhos esse tipo de Projeto,
assim como acho que temos um problema cultural muito grande no nosso País, e
por isso acabamos nos contaminando desnecessariamente por pequenos detalhes.
Por exemplo, muitos de nós, na Legislatura passada, quando no auge da Gripe A,
comentávamos que havíamos perdido muitas vidas em função dessa pandemia. No
Posto de Saúde do Campo da Tuca, de cada dez pacientes atendidos, seis eram
casos de gripe; e desses seis, 80% tinham Gripe A, para vocês terem uma ideia.
E eram pessoas tossindo umas nas outras, não botando a mão na boca, não fazendo
a proteção necessária - isso é uma questão cultural. Quando eu me dei conta de
que a Gripe A viria para Porto Alegre e ficaria aqui com tal intensidade?
Quando eu estava no Campo da Tuca, atendi uma senhora que me disse: “Doutor, eu
estou gripada”. Eu perguntei o que ela achava que tinha acontecido. Ela
respondeu: “Eu trabalho na casa de uma senhora alemã que retornou da Alemanha
já gripada”. Essa senhora - uma senhora de classe baixa, andando nos ônibus,
tossindo e espalhando o vírus - e os filhos estavam todos gripados. Eu estou
dando um exemplo, entre milhares de pessoas que fizeram com que esse vírus
circulasse no nosso meio, e tanto que se falava em abrir os vidros dos ônibus e
outras medidas paliativas que sabemos que devem ser muito mais culturais.
Na mesma linha da Saúde pública, precisamos entrar
forte na prevenção da dengue, porque já temos um surto grande em Ijuí, e a
dengue é transmitida por um mosquito e por meio da pessoa doente. Então, por
meio daquela pessoa doente de Ijuí que chegar aqui em Porto Alegre - e nós
temos aqui muitos focos de mosquitos Aedes
aegypti -, temos um alto risco de que
esse mosquito pique as pessoas. Como o mosquito vive 45 dias, um só pode
transmitir a doença para 300 pessoas. Não estamos falando em pouca
possibilidade, estamos falando em grande possibilidade de contaminação. Temos
que exterminar os focos, aquela água parada onde estão as larvas e os ovos, que
duram um ano. Dos ovos da fêmea, uma vez infectada - para que aqueles que não conhecem
bem essa matéria saibam -, também nascerão mosquitos infectados, ou seja, a
proliferação é muito rápida, muito dinâmica. Então, essas medidas de Saúde
pública se impõem no sentido da qualidade de vida. Não é uma questão pequena,
financeira, que deve impedir o seu avanço.
Eu, há muitos anos, volta e meia almoço ali na Av.
Presidente Roosevelt, e vejo aqueles bufês em meio às pessoas muitas vezes,
enquanto elas estão circulando em grande número; e nessa situação acontece
exatamente o que o Ver. Valter nos disse: um mal-estar higiênico.
Podemos contribuir com essa matéria, e, com
certeza, o Projeto do Ver. Valter nos leva a uma reflexão, já há um indicativo
positivo nesse sentido. Muito obrigado, saúde para todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN (Requerimento): Agradeço pelos encaminhamentos positivos, Sr.
Presidente. Eu queria fazer um Requerimento, que consiste no seguinte:
atendendo à manifestação do Ver. Brasinha e do Ver. Mauro Pinheiro, solicito um
adiamento por duas Sessões, em primeiro lugar. (Palmas.) Ainda, Srs.
Vereadores, requeiro que a CEDECONDH, que é a Comissão de Defesa do Consumidor,
e a COSMAM, Ver. Mauro - porque tem a ver, por um lado, com a questão dos micro
e pequenos empresários, e, por outro lado, com a Saúde pública -, realizem essa
reunião que V. Exas sugerem nesse ínterim, nesse
prazo de duas Sessões que este Vereador, autor do Projeto, está requerendo para
o adiamento da votação.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu entendo que é meritória a
iniciativa do Líder do Governo, autor da proposição, mas tardia. Nós já
terminamos o período de discussão; estamos em votação. O que nós podemos adiar,
hoje, é a votação. Qualquer providência da Comissão não pode mais ocorrer!
Nesse Projeto não se mexe mais: vota-se hoje ou daqui a duas ou três Sessões no
estado em que se encontra. E os que encaminharam hoje, inclusive o autor, não
encaminham mais. Se entenderem de adiar duas ou três Sessões, ótimo! Estou
inscrito, vai ficar preservado meu direito de falar. Mas pretender que, agora,
as Comissões façam o que era para ser feito anteriormente, é impossível ser
feito. Neste momento, só pode ser adiada a votação, e, daqui por diante, este
Projeto, em qualquer momento, só poderá ser votado no estado em que se
encontra; não pode mais ser modificado de modo algum.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Ver. Pujol, já há o Parecer das Comissões ao
Projeto; será adiada apenas a votação. A reunião que os Vereadores sugeriram é
informal, é uma reunião de mediação, nenhuma com pareceres que modifiquem o
Projeto em si. Está sendo adiada, por duas Sessões, a votação deste Projeto.
O SR.
REGINALDO PUJOL: É o que eu quero alertar: que não se crie nos
interessados a expectativa de que essa reunião possa modificar alguma coisa,
porque não modifica.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Com toda a certeza.
O SR.
REGINALDO PUJOL: A situação agora é uma ou outra: ou aprova, ou não
aprova o Projeto no estado em que ele se encontra.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Talvez seja esclarecedora, apenas.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Visando ao Projeto do Ver. Valter Nagelstein, gostaria de dizer que nós
queremos só ter a oportunidade de, quem sabe, discutir com o ramo envolvido,
com o setor, para termos uma ampla votação, quem sabe todos votando favoravelmente
ao Projeto.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Então, trata-se de uma reunião para
esclarecimentos.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Valter
Nagelstein, solicitando o adiamento, por duas Sessões, da votação do PLCL nº
008/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO, com voto contrário do Ver.
Reginaldo Pujol.
Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Adeli
Sell, de retirada de tramitação do PLL nº 186/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Encerrada a Ordem do Dia, passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 5609/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 246/09, de autoria dos
Vereadores Bernardino Vendruscolo e Dr. Thiago Duarte, que institui, no
Município de Porto Alegre, o Programa de Diagnóstico Precoce do Vírus da
Imunodeficiência Humana e dá outras providências.
PROC. Nº 0533/10 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 003/10,
de autoria da Mesa Diretora, que dispõe
sobre o regime de adiantamento de numerário a servidores da Câmara Municipal de
Porto Alegre.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 5283/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 237/09, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo, que dispõe sobre a instalação e a retirada de
obras de arte localizadas em próprios do Município de Porto Alegre e dá outras
providências.
PROC. Nº 5432/09 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 242/09, de autoria dos Vereadores Pedro Ruas e Fernanda
Melchionna, que inclui § 4º no art. 29
e altera o inc. XXX do art. 51, ambos da Lei nº 8.279, de 20 de janeiro de 1999
– que disciplina o uso do Mobiliário Urbano e Veículos Publicitários no
Município e dá outras providências –, e alterações posteriores, proibindo
propaganda que induza à prostituição e dando outras providências.
PROC.
Nº 5673/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 249/09, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Adair Martinelli o logradouro público
cadastrado conhecido como Rua 7019 – Loteamento Residencial Moradas do Sul.
PROC.
Nº 6023/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 261/09, de autoria do
Ver. Paulinho Ruben Berta, que concede o título de Cidadã de Porto Alegre à
senhora Rosane de Fátima Cavalheiro Soares.
PROC.
Nº 0247/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 002/10, de autoria do
Ver. João Antonio Dib, que denomina Rua Henrique Schneider o logradouro público
cadastrado conhecido como Rua Três – Parque Residencial Malcon –, localizado no
Bairro Sarandi.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Sr. Presidente, venho a esta tribuna apresentar um Projeto de Lei que
acabei de protocolar e que já foi aprovado na cidade de São Paulo um projeto no
mesmo conteúdo. Já conversei com a maioria dos Vereadores; faltou uma conversa
com a Verª Sofia Cavedon, o Ver. Carlos Todeschini, falei com a Verª Maria
Celeste, com o Ver. Adeli Sell, falei com todos, no sentido de que nós
precisamos humanizar os horários de espetáculos esportivos no Município de
Porto Alegre. Em São Paulo, foi aprovado o Projeto de Lei que proíbe passar das
23h15min o encerramento de qualquer competição esportiva de grande vulto, ou
seja, de uma forma direta o futebol.
Eu estou completando 45 anos de trabalho esportivo,
vou agora, com muito orgulho, para a minha 11ª Copa do Mundo, ao vivo, e sei
perfeitamente o que sofre o torcedor brasileiro com esses horários
estapafúrdios que foram estabelecidos para a nossa principal paixão. A
principal paixão do povo brasileiro ainda é o futebol, superior até ao
Carnaval, mas o futebol está no sangue dos brasileiros e por isso empilhamos a
exportação de tantos e tantos craques para fora do País. Temos a busca, agora,
na África, do hexacampeonato mundial, Tarciso José de Souza, meu querido Flecha
Negra. Ontem mesmo, quando encerramos a partida no Beira-Rio, eu vi pessoas
idosas que gostam do futebol e que gostam do futebol ao vivo, que não querem
ver só pela televisão, elas querem o futebol ao vivo. Crianças também gostam do
futebol ao vivo, porque é preferível ter na tela da televisão, a partir das 9
horas da noite, o futebol que abrange todas as camadas, todas as idades, todas
as religiões e todos os Partidos políticos, que é a torcida brasileira, ou não
é? Então, por que, em detrimento de um interesse televisivo, a criança é
obrigada a acompanhar uma novela que é estabelecida às 20h30min; um tal de Big
Brother que é mais uma zorra a céu aberto!? Então, nesse sentido, o futebol
sendo homenageado e sendo respeitado pela cidade de Porto Alegre. Se São Paulo
já reconheceu isso e aprovou esse Projeto, que sejamos, com Porto Alegre, a
segunda cidade deste País a recuperar os horários civilizados do futebol. O
futebol que é, sim, a paixão do povo; o futebol que é a paixão da criança, do
adolescente, do adulto e do idoso! Então, o futebol, sendo proibido em Porto
Alegre, a partir de 23h15min, proporcionará mais tempo para o torcedor chegar
em casa e ir ao trabalho no dia seguinte; esse é um dos primeiros itens.
A questão da segurança: o espetáculo vai terminar
mais cedo, haverá mais gente na rua. A questão daquelas pessoas que trabalham
nos estádios e que chegam em casa às 5h30min, 6h para deixar o estádio em
condições depois de o espetáculo ser realizado, poderão ir embora mais cedo,
terão mais tempo para descansar; e a gente recupera o horário do futebol que é,
repito, a paixão do povo. O Projeto diz o seguinte (Lê.): “Dispõe sobre o
limite de horário para o término de competições esportivas realizadas nos
estádios e ginásios de grande porte, localizados no Município de Porto Alegre,
e dá outras providências. Art. 1º - Fica estabelecido que as competições
esportivas nos estádios e ginásios de grande porte, localizados no Município de
Porto Alegre, deverão findar, no máximo, até às 23h15min; Art. 2º - O
descumprimento ao disposto nesta Lei implicará na imediata interrupção do
evento e em multa no valor de 100 mil reais, dobrada na reincidência, multa que
será aplicada sobre os organizadores do evento; Parágrafo único - A multa de
que trata o caput deste artigo será
atualizada anualmente, pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo -
IPCA [É um detalhe, apenas, do Projeto.]; Art. 3º - As despesas decorrentes da
execução desta Lei correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas,
se necessário”.
Resumindo: vamos respeitar o futebol gaúcho, Ver.
Tarciso. Vamos respeitar o futebol do Rio Grande do Sul, nobres Vereadores
desta Casa, e seguir o exemplo que vem da locomotiva deste País, que é a cidade
de São Paulo, a Capital do gigante São Paulo. E, se lá foi feito, por que nós
também não podemos, aqui, dar a resposta, a segunda voz, em termos de: a
criança que quer ir ao estádio e o idoso que quer ir ao estádio terão um
horário humanizado. Não se mexerá, inclusive, nem nos horários do transporte
coletivo. O espetáculo de ontem, eram duas horas da manhã, e estava tudo
trancado ainda. Tudo! Absolutamente tudo!
Teve neguinho que veio lá de Viamão para o jogo
aqui, e hoje certamente foi direto para o trabalho! Aquele que vem do Interior
para um grande jogo, tanto no estádio Olímpico como no Beira-Rio, sai lá de
Erechim e tem que voltar durante a madrugada, vai sair mais cedo do estádio.
O Projeto está entrando hoje; eu sei que teremos
muitas posições em contrário. Teremos pressões da rede de televisão que tem nas
mãos o controle do futebol brasileiro, mancomunada com a Confederação
Brasileira de Futebol, de quem eu conheço, há 45 anos, o lado deles; sei como
trabalham, sei da sua ganância e da sua busca sem respeito ao futebol. Nós
podemos começar a dar o exemplo por aqui. E sonho que um dia ainda venha de
Brasília uma lei definitiva, fazendo com que em todo o território brasileiro o
futebol seja respeitado como paixão do povo que ele é e como necessidade de
entretenimento de todos nós. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. BETO
MOESCH: Sr. Presidente; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores; venho à tribuna para dar destaque, porque eu entendo que esta
Câmara jamais poderia deixar passar a inauguração da primeira Unidade do
Destino Certo de Resíduos Inertes na cidade de Porto Alegre.
Está ocorrendo, agora, neste momento, na Vila
Cruzeiro, fruto de um trabalho que já vem, Ver. Reginaldo Pujol, sendo debatido
há muitos e muitos anos nesta Casa, desde quando eu ainda não era Vereador, mas
Vossa Excelência era, quando foi instituído por esta Casa, e não pelo
Executivo, o Código Municipal de Limpeza Urbana. Um dos textos legais de
saneamento básico, de Saúde pública e de meio ambiente dos mais modernos até
hoje do País; é de 1990. Lamentavelmente, este Código tem sido muito pouco
aplicado nos últimos anos. Esta é a grande verdade. Mas, já naquela época - eu
não era Vereador, mas V. Exª o era -, se debatia muito a importância de termos
locais, Ver. Ervino Besson, na Cidade, descentralizados, para que aquilo que
não serve mais para as pessoas, mas que não tem a ver com o lixo doméstico, que
seriam os restos de comida - Ver. Dr. Thiago Duarte, isso é lixo doméstico -,
copo plástico, guardanapo, enfim, que são - e isso se implanta, se efetiva - o
lixo doméstico reciclável. Só há duas capitais que implantam a coleta seletiva
de lixo no Brasil: Porto Alegre e Curitiba. Somente duas! Goiânia está
experimentando. Rio de Janeiro está experimentando. São Paulo baniu, porque é
muito cara a coleta seletiva. E poucos Municípios, inclusive de pequeno e médio
porte, que teriam muito mais condições de fazê-lo, não o fazem, por uma questão
de preço.
É por isso, Ver. Aldacir José Oliboni e meus
colegas da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, que insisto sempre em dizer que
não adianta falarmos em postos de Saúde, em medicamentos, em hospitais e em
mais contratações de médicos e enfermeiros, se nós não cuidarmos do saneamento
básico, porque é isso que está gerando doenças.
O Ver. Dr. Raul sabe que um dos principais
problemas do Brasil, que gera as larvas do mosquito da dengue, são os entulhos;
são os lixos gerados pela nossa população. Então, não adianta ficarmos
contaminando de inseticidas o País, se os entulhos continuarem. O inseticida é
a consequência; a causa, Ver. Carlos Todeschini, seria um trabalho que pouco se
faz neste País, que pouco se faz no atual Governo e pouco se fez nos Governos
anteriores, que é uma ampla educação ambiental, mas também a implantação das
medidas coercitivas previstas no Código Municipal de Limpeza Urbana, que não
permite a deposição irregular de resíduos pela população. Não havia, por
exemplo, lixeiras em praças, só nos parques; quando passamos a colocar lixeiras
nas praças, Ver. Brasinha, sabe o que começou a acontecer? Alguns moradores do
entorno da praça passaram a mandar a empregada levar o lixo da residência deles
para a lixeira da praça, para não esperar o DMLU. Então, não digam que são os
pobres que poluem este País, não é verdade! A classe média, Ver. Valter
Nagelstein, é tão deseducada quanto as classes mais pobres, talvez até mais,
porque ela é mais pedante, e acha que por pagar impostos já está fazendo demais
por este País. Por isso nós choramos nos alagamentos, que acontecem muito em
virtude do lixo maldepositado.
Hoje, inaugura-se o primeiro de 16 centros do
“Destino Certo”, que vêm, Ver. Valter Nagelstein. Por isso fiz este breve
histórico desde 1990, Sr. Presidente, do Código Municipal de Limpeza Urbana,
que dialoga com esse local em que as pessoas podem levar móveis, colchões,
terra, entulho, caliça, resíduos arbóreos, capina, sucatas de ferro,
eletrodomésticos e também óleo de cozinha e pneus velhos, até meio metro
cúbico, porque acima de meio metro cúbico não mais é considerado, Ver. Luciano,
pequeno gerador. É isto o que agora está para ser sancionado pelo Prefeito,
porque aprovado por esta Casa: a Lei que institui o Plano de Gerenciamento de
Resíduos da Construção Civil. Então, a Cidade está de parabéns, porque, dentro
de uma história de discussões que jamais pode deixar de ser pautada nesta Casa,
nós temos o “Destino Certo”, que dialoga com o Código Municipal de Limpeza
Urbana, que dialoga com o Plano de Gerenciamento dos Resíduos da Construção
Civil e que é a resposta mais eficaz para os alagamentos, para a dengue e para
os mais diversos tipos de doenças que assolam a Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas
Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores aqui presentes, quero, com muita
satisfação, em nome do meu Partido, o Partido dos Trabalhadores, e dos nossos
colegas Vereadores Carlos Todeschini, Aldacir José Oliboni, Adeli Sell, Mauro
Pinheiro, Maria Celeste e Sofia Cavedon, dizer que, neste último final de
semana, o Partido dos Trabalhadores realizou o seu 4º Congresso Nacional,
exatamente no momento em que o Partido completa seus 30 anos; no dia 10 de
fevereiro último, o Partido dos Trabalhadores completou os seus 30 anos. Nessas
curtas três décadas de vida para um Partido político - é um Partido moço -, a
nossa proposta, apresentada lá no final da década de 70, início da década de
80, foi a de construir uma alternativa política para o País e para a
transformação social do Brasil.
Nós apoiamos o 4º Congresso, e dele tiramos um
conjunto de diretrizes políticas. A primeira, foi de buscar a continuidade do
projeto apresentado pelo Presidente Lula; nessa diretriz, de dialogarmos e
compormos a grande frente nacional de coalizão que governa este País. Portanto,
numa orientação política tirada de que a prioridade número um do nosso Partido
é reeleger o projeto nacional, construindo em cada Estado, em cada região,
também a sua proposta, buscando a reprodução desse campo de coalizão política
ou nos limites dos debates locais no que for possível. Ao mesmo tempo, lá no 4º
Congresso - quero aqui trazer principalmente a fala dos nossos dois dirigentes
deste País, o Vice-Presidente José Alencar, que demonstrou uma postura de um
grande empresário que é deste País, defendendo a visão de gerar riqueza, mas
também distribuí-la. Porque, até bem pouco tempo, havia a doutrina que dizia
que “o bolo não pode ser dividido antes de crescer”, e, afinal de contas, o
bolo crescia, crescia, e apenas alguns poucos ficavam com as belas e gostosas
fatias desse bolo da riqueza nacional.
Ao mesmo tempo, aprovamos as diretrizes
programáticas para apresentar à sociedade nesse próximo período. Aprovamos a
companheira e Ministra Dilma Rousseff como a nossa pré-candidata à presidência
da República; e aprovamos o nosso campo de alianças, que é com os Partidos que
compõem a base de sustentação do Governo Lula.
Portanto, Sr. Presidente, quero, em nome da nossa
Bancada, trazer os temas deste 4º Congresso. Ver. Pujol, já que o Ver. Dib não
está aqui, V. Exª assume como um dos Vereadores com mais mandatos nesta Casa,
com toda uma história - V. Exª, o Ver. Braz e o Ver. João Antonio Dib, os três
obviamente num campo político em que sempre estiveram muito próximos. Acompanho
as vidas partidárias ao longo desse processo mais efetivo da Nova República brasileira.
O Partido dos Trabalhadores, Ver. Toni Proença,
realizou um congresso com 1.350 delegados. Para que cada delegado desses
pudesse estar lá, houve mais ou menos quatro mil votantes filiados na base, e,
portanto, mais de 500 mil filiados petistas participaram do processo de
eleições diretas, constituindo o que foi, Ver. Raul, o maior congresso
partidário que já aconteceu - pelo menos após a ditadura militar, porque,
durante aquele período, não havia essa possibilidade de participação da
estrutura partidária. Assim, trago aqui esse relato aos meus Pares, respeitando
as suas diversas formações políticas, orientações e visões ideológicas.
Quero, concluindo, dizer que o Partido dos
Trabalhadores realizou o seu 4º Congresso, com mais de 1.350 delegados, onde
construímos uma tática eleitoral para reproduzir o projeto do Governo Lula, com
a sua base de sustentação, bem como definimos os marcos de um próximo Governo
popular e democrático neste País.
Concluo, dizendo que, ontem à noite, o Congresso
Nacional acabou votando e aprovando o Fundo Social, para que as riquezas do
Pré-Sal sejam constituídas como uma grande riqueza para ser distribuída à
formação cultural, educacional, tecnológica e geração de riqueza para quem
precisa neste País. Um grande abraço, em nome do nosso Partido, da nossa
Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu estava me preparando para
participar do debate em torno do último Projeto que a Casa estava examinando,
quando sobreveio o seu adiamento. Inscrevi-me na Liderança e tive a
oportunidade de ouvir três pronunciamentos que, de certa forma, robustecem a ideia
que tínhamos de colocar no debate a respeito do Projeto de Lei proposto pelo
Ver. Valter Nagelstein.
O próprio Ver. Beto Moesch nos lembra que, alguns
anos atrás - e o Ver. Tessaro deve ter conhecimento desse fato -, esta Casa,
por sua iniciativa, depois de um bom trabalho, elaborou o Código de Limpeza
Urbana; esse Código foi pioneiro, e, de lá para cá, tem recebido alguns ajustes
aqui e acolá.
O que eu queria mencionar é que os debates nesta
Casa, Ver. Brasinha - V. Exª que, sabidamente, é meu querido amigo, não só
pelos nossos laços clubísticos, mas, sobretudo pela nossa concordância a
respeito das coisas que acontecem nesta Casa, que não devem ser objeto de
encolhimento pessoal, e, sim, de participação de todos nós -, o que tem
ocorrido - e quero, com toda a honestidade, assinalar a minha preocupação com
esse fato -, é que grande parte das decisões aqui da Casa não são precedidas
por um bom exame das Comissões. E, na hora da votação, reclama-se que esta ou
aquela providência não foi tomada; aí é tarde demais! Acho que as Comissões são
extremamente importantes. Eu e o Ver. Toni ficamos envolvidos, um ano inteiro,
com a Comissão do Plano Diretor, e é o caso de dizer: “Não adiantou muito!” Por
pouco que tenha adiantado, pelo menos permitiu que a Casa, quando votasse o
Plano Diretor, votasse plenamente consciente do que estava votando. Hoje mesmo,
nós abrimos mão da discussão do Projeto do Ver. Valter Nagelstein, e, logo
depois, em encaminhamento de votação, surgiu uma série de indagações e de
dúvidas a respeito dele: serôdias, tardias.
O Ver. Comassetto, festejando o 4º Congresso do PT,
lembra que ontem foi aprovada no Congresso Nacional, a Lei para dividir os
resultados do Pré-Sal, a receita do Pré-Sal. Nós temos que ter cuidado quando
passamos esse tipo de informação para a opinião pública, porque, no presente
momento, o Pré-Sal não tem receita, tem despesa, e até se colher resultados
econômico-financeiros a respeito do Pré-Sal haverá muito dispêndio de recurso,
muitos gastos, muitas despesas a serem efetuadas, e essas serão suportadas,
como até hoje foram, por toda a Nação brasileira. Quando festejamos os êxitos
da Petrobras, nós esquecemos de dizer que ela teve esses resultados em função
de que todos nós, brasileiros, usuários de transporte coletivo, proprietários
de veículos automotores, enfim, contribuímos fortemente para que a Petrobras
tenha bons resultados, na medida em que pagamos a gasolina mais cara do mundo,
na medida em que as empresas usuárias de gás liquefeito de petróleo vão pagar
um preço elevado sobre ele.
Enfim, falar, a esta altura, que vamos dividir as
receitas do Pré-Sal não é uma piada, porque foi uma decisão do Congresso
Nacional, que não produz piada, mas que é um paradoxo, indiscutivelmente é,
porque não há receita a ser distribuída no curto prazo; há despesas a serem
suportadas.
Então, Vereador-Presidente, nesta nossa
manifestação em Tempo de Liderança, quero dizer a V. Exª que eu estava
preparado para votar o Projeto do Ver. Valter Nagelstein, na medida em que
havia Pareceres favoráveis. Nós temos que valorizar e respeitar os trabalhos
das Comissões, nas quais as matérias têm que ser debatidas à exaustão, para que
quando venham ao Plenário, não tenhamos que fazer uma série de adiamentos.
Vejam que se requer o art. 81 para um projeto qualquer. Isso suspende a
discussão nas Comissões; vem para cá e recebe cinco adiamentos depois, numa
prova de que toda a pressa do art. 81 acabou sendo inconsequente.
Isso, Sr. Presidente, não impede, de modo nenhum,
que eu me refira à proposta do Ver. Haroldo de Souza, que, acredito, esteja
sendo protocolada, e que segue o viés surgido lá em São Paulo, com uma
manifestação da Câmara Municipal, já em debate, que diz respeito aos horários
dos jogos. Também é uma proposta que tem os seus prós e os seus contras; nós
não podemos votar na emoção, temos que olhar todo o contexto inserido. E o Ver.
Haroldo sabe perfeitamente bem que eu não sou de escamotear posições. Acho que
ninguém nesta Casa teria mais autoridade para propor este Projeto de Lei que o
Ver. Haroldo de Souza, mas ele deve compreender que todos nós temos a
responsabilidade de não votar na base do entusiasmo o seu Projeto, na base da
empolgação; temos que olhar por todos os ângulos, olhando toda a amplitude do
cenário em que ele se insere, para aí tomarmos uma posição correta, bem
pensada, e, sobretudo, responsável. Era isso, Sr. Presidente, não mais do que
isso.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. LUCIANO
MARCANTÔNIO: Obrigado, Presidente Tessaro. Eu quero fazer uma importante homenagem ao
nosso Líder de Bancada, o Ver. Mauro Zacher, por ter hoje aprovado o Projeto da
Lei antibullying, que é, sem dúvida,
um Projeto importantíssimo que visa a criar um programa de conscientização,
principalmente por meio dos setores pedagógicos da Secretaria Municipal de
Educação e das direções de escolas, para auxiliar, através da informação,
através da conscientização, as crianças e adolescentes vítimas de violência e
maus tratos.
Então, meu Líder, Mauro Zacher, quero dizer que me
sinto honrado de fazer parte desta Bancada e ter como Líder um jovem com a
percepção, com a visão, com o entendimento para vislumbrar a importância de uma
Lei que permitirá políticas públicas do nosso Executivo Municipal que trabalhem
com eficácia este mal que atinge muitas famílias de Porto Alegre.
Dificilmente, alguém de nós, na sua família, já não
teve um incidente de bullying, em que
um irmão, uma irmã não tenha sofrido algum tipo de ameaça, algum tipo de maus
tratos ou algum tipo de violência dentro de uma escola. Agora, através de uma
Lei muito bem elaborada, que visa a disseminar o conhecimento do que é o bullying, que visa a trabalhar com as
famílias, ensinando seus filhos a não cometerem esse crime, e, principalmente,
capacitando os docentes e as equipes pedagógicas para que estejam preparados,
conhecendo as causas, os males e como evitar o bullying.
Na minha luta pela inclusão social e pelo respeito
à vida das pessoas com deficiência, também esta lei antibullying possibilitará que as crianças e adolescentes com
deficiência, que na sua maioria são vítimas de bullying nas escolas, sejam defendidas, sejam protegidas. Muitos
males que hoje estas crianças e adolescentes com deficiência sofrem nas
escolas, com este Projeto de Lei de grande significado que o Ver. Mauro Zacher
encaminhou, serão minimizados, e as suas vidas, os seus direitos e
principalmente a sua dignidade serão respeitados.
Meu Líder, Mauro Zacher, em nome da Bancada do PDT,
eu quero dar-lhe os parabéns e dizer que este, sim, é um Projeto de Lei que
contribui, na prática, para a melhora da qualidade de vida das pessoas. Este é
um Projeto de Lei que defende aqueles que, sozinhos, não têm como lutar contra
essas agressões; são pessoas indefesas, são crianças, são adolescentes.
Este era o recado que eu queria deixar em nome da
Bancada do PDT, e dar os parabéns ao meu Líder. Vamos trabalhar agora, junto à
SMED, com a Secretária Cleci, que é uma Secretária qualificada, experiente, que
vem desempenhando um trabalho excelente na Secretaria Municipal de Educação,
para que essa política antibullying
seja implementada o mais rápido possível, com muita qualidade, porque não
adianta construirmos aqui um Projeto de Lei de alta relevância como este, e, na
prática, ele não ser executado. Tenho certeza de que todos os colegas
Vereadores, que aprovaram por unanimidade este importante Projeto, também vão
colaborar para que nós, junto com a SMED, junto com outras Secretarias, principalmente
nas comunidades em que trabalhamos, através de contatos com as escolas, irão
propagar a importância deste Projeto de Lei e a importância de ele ser
executado nas escolas. Muito obrigado, Presidente Tessaro; muito obrigado
colegas, muito obrigado às demais pessoas que estão aqui hoje, participando
desta Sessão na Câmara de Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, primeiramente, uma reclamação ao Ver.
Reginaldo Pujol: desde domingo, ele está contra mim! Já me derrubou do meu
cargo de técnico de futebol dos Vereadores; tive que assumir, quase a tapas,
mas consegui, e ele continua batendo em mim! (Risos.)
Mas venho aqui, depois desta reclamação, Ver.
Reginaldo Pujol, para falar sobre o Projeto do Ver. Haroldo de Souza, que
limita o horário de término de uma partida de futebol. Eu fico pensando também,
Ver. Haroldo - é claro que o senhor está pensando no bem-estar do cidadão que
está num estádio, ao sair -, nos clubes, naqueles clubes que praticamente vivem
da renda da transmissão dos jogos pela televisão, Ver. Reginaldo Pujol.
Um clube grande arrecada - Ver. Haroldo, o senhor
sabe disso melhor do que eu - em média de 30 a 40 milhões por ano. Tenho
certeza absoluta disso; há clubes que arrecadam um pouco mais.
Mas uma partida importante como a da Libertadores
de ontem, do Inter - e eu não sou muito simpático ao Inter, torci contra -,
como as partidas do Campeonato Brasileiro, se cortarem o horário, a não ser que
apareça um outro patrocinador que seja forte, é quase impossível um clube de
futebol como o Grêmio ou o Inter arrecadarem 40 milhões por ano só com a venda
dos ingressos. Cada jogo de futebol, mesmo que pequeno, tem sete, oito mil
torcedores no estádio.
Sugeri ao Ver. Haroldo que talvez colocasse algo
sugestivo em seu Projeto, para que os grandes espetáculos continuassem com o
horário. Quem gosta do esporte, viaja atrás! Eu, por exemplo, já andei muito
atrás do meu Grêmio, em qualquer lugar no Brasil, na Argentina, no Uruguai, no
Paraguai, para ver o meu time jogar. Também para as pessoas do Interior do
Estado, que viajam até Porto Alegre, não serão 15 minutos ou meia hora a mais
que vão decidir a vida deles. Mas digo ao Ver. Haroldo que também acho que esse
assunto cabe ao Poder Público, à Brigada, à EPTC, à Guarda Municipal, para
darem uma infraestrutura mais rápida no trânsito, principalmente quando ocorrem
esses grandes espetáculos. A gloriosa Brigada Militar faz um trabalho
impressionante de logística; é quase impossível ocorrer engarrafamentos. Apenas
em jogos de grande proporção como o de ontem, aí tenho certeza de que podem
ocorrer engarrafamentos. Mas isso não vai ser todo o mês, todo o dia; pode ser
uma vez por semana!
Também sou simpático ao Projeto do Ver. Haroldo,
mas eu pergunto como o clube de futebol vai sobreviver se não tiver também essa
fonte de arrecadação! Por exemplo, o jogo do Grêmio arrecadou 177 mil reais, no
domingo. Isso não é suficiente; não paga nem a metade da folha mensal, não
paga. Mais ainda: nós precisamos da televisão. É preciso, então, que apareça
outro patrocinador; aí eu concordo plenamente, porque assim ele terá suas
vantagens e gera mais receitas no clube. E o Grêmio, que tem uma folha extensa,
tem um condomínio, tem ex-atletas que retiram direto da Federação, que não
querem nem receber do Grêmio; eles vão direto na Globo, que patrocina os jogos.
Acho que é importante o Projeto do Ver. Haroldo, é
bom, vem contribuir para o debate esportivo. Tenho certeza absoluta de que
haverá muita gente a favor e contra, mas eu venho reiterar, mais uma vez,
Vereador, dizendo que eu fico preocupado com isso. Mas a gente não pode se
deixar levar pela emoção, pelo momento, e, ao apresentar o Projeto, já querer
votá-lo. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Vereadores inscritos para falar em Comunicação de
Líder, o Ver. Aldacir José Oliboni, pela oposição, e o Ver. Ervino Besson, pelo
Governo. (Pausa.)
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.
Estão presentes oito Vereadores. Não há quórum.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h45min.)
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